CURIOSIDADE
Tem gente que fala méis, e gente que fala meles.
Muita gente pronuncia de um modo, e se incomoda ao ouvir o outro grupo pronunciar da outra maneira.
Uns até chegam a corrigir. E se defendem tanto de um lado como de outro. Então vemos em um bate-papo alguns escrevendo "méis" e outros em suas respostas redigindo "meles". O bate papo continua e cada um com sua opção de como grifar o plural de mel.
Mas as vezes o incomodo cresce, e alguns chegam a alertar a outra parte...
Então acho que podemos trazer um pouco de luz a essa engraçada disputa:
O plural da palavra mel pode ser meles ou méis.
Existe uma explicação histórica para este fato. No Latim, língua a partir da qual nasceu o Português, para formar o plural das palavras acabadas em vogal, acrescentava-se um "s", como ainda hoje se faz; e acrescentava-se "es" para formar o plural das palavras que acabavam em consoante.
Assim, de acordo com esta regra latina, o plural de mel é meles (mel + es), tal como acontece com a palavra mal, que no plural é males.
No entanto durante a evolução do Português, registraram-se muitas modificações nas regras gramaticais.
Uma dessas modificações, que ainda hoje se mantém, foi precisamente a formação dos plurais em palavras acabadas em al, el, ol e ul.
Segundo esta regra, retira-se o "L" que está no fim da palavra e acrescenta-se "is".
Por isso, méis, também pode ser o plural de mel (mel = mé + is). As palavras pardal (pardais); papel (papéis); farol (faróis) e azul (azuis) são exemplos da formação do plural com esta regra.
Mas atenção, a palavra mel é, de todas as palavras aqui apresentadas, a única que pode ter dois plurais; é uma excepção na Língua Portuguesa, a formação do plural na grande maioria dos substantivos acabados em "L" faz-se aplicando apenas a regra ‘nova’.
Mas pior que o mel é quando há uma rodada de góis!!!
A conhecida palavra "GOL":
Pl.: gois (p. us.) e golos (lus. e bras.) . Cf. Góis, antr.
Para os estudiosos da linguística é incoerente o plural "gols" para uma palavra aportuguesada.
Contudo, parece difícil que a população venha a fugir desse barbarismo linguístico, tão arraigado que já se encontra!!
Medina
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