Darwin
(1867) e outros biólogos do século XIX, já faziam distinção para este grupo de
plantas, porém recentemente os ecologistas voltaram a atenção para este
importante grupo de plantas que estão evoluindo aparentemente.
São encontradas nas
florestas dos trópicos (onde estão a sua maioria) até as zonas boreais dos
hemisférios norte e sul, bem como nos desertos e florestas tropicais úmidas.
Entretanto, são mais diversas próximas ao equador (Gentry 1991), igual nas
abelhas.
Há vários métodos que
as lianas utilizam para escalar superfícies podendo ser volúveis
apresentando gavinhas, possuírem raízes adventícias que emergem dos
caules (cuja única função é prender o caule sobre uma superfície vertical), ou
serem lianas facultativas (ou seja, arbustos com ramos longos e/ou com
espinhos, ervas rasteiras, que, quando em contato com um aparato vertical,
apóiam seus ramos e desenvolvem-se verticalmente).
Existem
trepadeiras entre diversas taxonomias como:
samambaias (ex.: Lygodium),
gimnospermas (ex.: Gnetum),
várias linhagens de palmeiras
(ex.: Calamus e Desmoncus)
e outras
monocotiledônias como as pandanáceas (ex.: Freycinetia),
mas as mais
importantes são as florescentes e principalmente da nossa mata atlântica são:
Asteraceae, Bigononiaceae, cactaceae, Curcubitaceae, Convolvulaceae,
Dileniaceae, Fabaceae, Menimespermaceae, Passifloraceae, Sapindaceae,
Smilacaceae, solanaceae, violaceae, Vitaceae, verbanaceae.
A abundância de
trepadeiras geralmente aumenta com perturbações da floresta (ex. derrubada de
árvores pelos seres humanos), mas também varia conforme outros fatores menos
compreendidos, com caídas espontânea pela própria natureza.
(Laurance et al.
2001).
A proliferação das lianas próxima ou nos arredores das florestas também é uma das principais causas de deterioração estrutural em florestas fragmentadas.
Embora os brotos
buscadores de algumas lianas possam se estender até dois metros para cima do
último suporte, se não encontrarem apoio, elas cairão e serão substituídas por
outro broto (Putz 1984), Conhecer as capacidades das diferentes espécies para
percorrer uma distância entre suportes é importante para prever quais
trepadeiras provavelmente irão parar a caminho do dossel.
Por exibirem suas
folhas acima das folhas das árvores que lhes oferece suporte mecânico, as
trepadeiras competem por luz de maneira eficaz.
As lianas
proporcionam importantes caminhos entre as copas para muitos animais que vivem
nos dosséis.
Sem essas conexões de
trepadeiras, movimentar-se de um árvore para outra exigiria que os animais
descessem até o chão, onde estariam muito suscetíveis à predação.
As abundantes folhas,
flores e frutos das lianas também representam importantes recursos alimentares
para animais, contribuindo substancialmente para os ciclos biogeoquímicos.
Embora muitas lianas
tenham sementes pequenas dispersas pelo vento, algumas produzem deliciosos
frutos, os quais são importantes para vários animais da floresta.
MENISPERMACEAE
= Frutos maduros de Odontocarya
tripetala ou caapeba
Com a retirada
desordenada das trepadeiras/cipós/lianas, estamos perdendo:
Artesanato, Medicamento
fitoterápico e água.
Algumas representantes
por família:
Asteraceae = Mikania
hirsuta ou guaco cabeludo
Floração: março a maio 3 espécies
Araceae
Philodendron
corcovadensis ou cipó preto
Mais de 50
especies
BIGNONIACEAE
Pyrostegia venusta ou cipó de S.João = maio até
setembro
Mansoa difficilis ou cipó de sino = novembro a março
com 2 espécies
Dolichandra unguis-cati ou Unha-de-gato = varias vezes
sem data específica
Tynanthus elegans ou Cipó cravo = Setembro a novembro
com 3 espécies
Cuspidaria convoluta
ou cipó rosa = Outubro a novembro com 3 espécies
Amphilophium crucigerum
ou Pente-de-macaco = novembro a dezembro com 3 espécies
Convolvulaceae (+ de 50 espécies) e para representá-la :
Cuspidata racemosa - Cipó-chumbo = Julho com
3 espécies
Ipomoea cairica = fevereiro a março
Ipomoea grandifolia = Fevereiro a março
Turbina corymbosa Ou Manto branco = maio a julho
Ipomoea indivisa = Ano todo
Ipomoea purpurea = Ano todo
Ipomoea batatas = Fevereiro a
março
Jacquemontia heterantha = Fevereiro a março
Ipomaea carnea (alcalóides indozilidínicos) = Algodão bravo
(daqui que as abelhas pegam esses alcalóides para ajudar no feromônio
Outras famílias:
Curcubitaceae = Cayaponia tayuya Ano todo (4 espécies)
Dileniaceae
Davilla rugosa ou cipó caboclo = Outubro a dezembro (3 espécies)
Cactaceae = Pereskia aculeata = Setembro a novembro
Fabaceae = Viicia sativa Ou ervilhaca=Abril a junho
Fabaceae = Mucuna urens ou olho de boi =Maio a julho com 3 espécies
Fabaceae = Senegalia ou Paricá= dezembro a março com 3 espécies
Passifloraceae = Passiflora edulis ou Maracujá roxinho –
Setembro a Novembro
Passifloraceae = Passiflora haematostigma -
Maracujá-de-capoeira – Setembro a Novembro
Passifloraceae = Passiflora porophylla -
Maracujazinho-da-serra Setembro a
Novembro
Já nas SAPINDACEAES tem mais de 400 espécies :
Serjania laruotteana
ou Cipó timbó Açu Dezembro a maio
PAULLINIA RUBIGINOSA ou guaranaí (mais de 140 espécies) Agosto
e setembro
Serjania (mais de 80 espécies) Cipó uva = fev. março
Cardiospermum halicacabum ou balãozinho = novembro a
dezembro = Mais de 10 espécies
Nas SOLANACEAE
(Mais de 50 espécies) :
Solanum inodorum ou cipó branco = Setembro
Joá cipó ou Solanum laxum =Ano todo
Quanto as SMILACACEAE (Mais 100, sendo 32 brasileiras):
Smilax fluminensis ou salsaparrilha
As abelhas Halictus hesperus e Tetragona
clavipes (as nossas borás), visitam flores de ambos os sexos e foram
consideradas polinizadoras pela sua freqüência e comportamento .
VIOLACEAE (3 espécies) = Anchietea pyrifolia ou cipó suma
= Julho a fevereiro
VITACEAE (mais de 10 espécies ) = Cissus verticillata ou
insulina ano todo
Verbanaceae (3 espécies) = Petrea subserrata ou Flor de S.Miguel = Setembro a novembro
By Júlia M. Villela Galheigo
Sou fã do trabalho da Júlia. Parabéns para ela. Espero assistir a palestra dela sobre trepadeiras no dia 15/08.
ResponderExcluir