QUEM ESTÁ NA CHUVA É PARA SE MOLHAR

Como todos sabem a AME-RIO tem um meliponário no Parque Nacional da Tijuca, que acabou de completar 3 anos. Muitas alegrias vivemos, mas também muitos desafios!!!

O meliponário fica no entorno do Centro de Visitantes, bem protegido pela guarda local, e sempre sob os olhos vigilantes de todos os servidores que trabalham no local.

Esses aí, por exemplo, são o Alberto e a Isis, mas ainda tem o Dirlei que tira fotos e envia, o pessoal da trilha, da brigada .... 

São sempre eles, que pelo amor adquirido pelas abelhas, ficam a espreita e nos avisam quando notam algo errado.

Foi assim no ataque de abelhas limão em duas caixas simultaneamente, ou na investida dos quatis, que quebraram uma caixa de Jataí e comeram parte do ninho. Estes foram só dois eventos marcantes que citei dentre muitos outros que nos surpreenderam !!!

Agora vou postar mais dois fatos interessantes:

O primeiro ocorreu logo apos a Reunião da AME-RIO de março, que foi no parque. Ganhamos uma isca de abelha Jataí, e resolvemos colocar em um vaso-caixa que estava vazio no meliponário. Dois dias depois quando fui cuidar do novo enxame, olhem o que encontrei .....

  O pequeno enxame de Jataí foi atacado por vespas amarelas ... um enxame inteiro estava lá dentro do vaso-caixa envolvendo a isca pet que estava se adaptando. E as vespas não perderam tempo.... em apenas dois dias, entre a colocação das jataís no vaso-caixa e a descoberta da enxameação de vespas, olhem só o que as vespas fizeram ....

 As danadas das vespas já tinham preparado dois discos entorno do que sobrou das jataís. E o que sobrou..., alguns micro discos envolvidos por abelhinhas encurraladas, apavoradas, mas corajosas.

 Colocamos em uma alça de caixa para tentar salvar.... Não me perguntem pela rainha ..... não procurei ... se estiver lá escondida talvez sobreviva ...  

Bem, este susto passou, mas não deu nem para respirar ... na semana seguinte  olhem o que aconteceu ....

 Um pé de uma espécie de quaresma branca, que eles conhecem como Tangará, caiu bem em cima de uma das caixas de mandaçaia.... e Dirlei logo me enviou a foto acima ... e Alberto ligou dando informações ...  A equipe das trilhas do parque logo se mobilizou e cortou a árvore, mas ... olhem como ficou a caixa!! 

 Telhado e tampa foram maltratados !!!

 A base da caixa só não se rompeu de vez, devido a estrutura reforçada com tela que o Ivan (nosso diretor e idealizador da caixa) colocou na alma das paredes da caixa.

 

 Fui até lá e coloquei argila nas fendas para aguentar até o dia seguinte ... e no dia seguinte todas as ferramentas e material para uma transferência de caixa ...

 Aproveitem e observem o interior da caixa ... esta caixa aguentou dois invernos rigorosos em que a temperatura no meliponário chegava a 6ºC, em pleno Rio de Janeiro, e mesmo assim a caixa de vermiculita do Ivan cumpriu seu papel e ofereceu um bom isolamento térmico ... fato que pode ser comprovado pela baixa deposição de batume dentro da caixa ...

 Acabamos de quebrar a caixa para extração do ninho completo ...

 Mas como estamos sempre experimentando novas técnicas  ... aproveitei a transferência para substituir a valente caixa de vermiculita do Ivan pela caixa de alças também de vermiculita do associado Bart, ela tem 5 cm de espessura .... 

 

 Bom ... 

Não fazíamos uma postagem há muito tempo, e achamos que repassar um pouco da nossa vivência seria útil. Então era isso que nós tínhamos para compartilhar no momento com quem acompanha a nossa página ... 

Estar em parques é muito bom, para difundir a importância das abelhas nativas para um público bem variado, mas dá muito trabalho .... 

Sempre somos pegos de surpresa com algum acontecimento novo e surpreendente, que fatalmente nos consome tempo, verdinhas e dedicação .... e vamos aprendendo sempre com a mãe natureza, que afinal quem está na chuva é para se molhar !!!

Medina