ENCONTRO DE ABRIL 2015

Dia 18 de abril uma galera diferente estava passando pelas alamedas do Bosque da Barra. Gente esquisita carregando cadeiras, panelas, pacotes e muito mais. O que eles estavam fazendo ali .... se perguntava um filhote de mico.

Bem ... não parece gente perigosa ... deixa para lá!!!

Borboletas recepcionaram os visitantes ,,, 

A viuvinha gostou e até se aproximou .... Gente legal esta !!! O que será que vão fazer ?

Aquela garela toda foi se reunir perto das amigas abelhas ....  

Essas abelhas devem ser vizinhas importantes, vira e mexe recebem visitas festivas e alegres !! 

É o meliponário da AME-RIO cuidado zelosamente pelo vice presidente Winckler ...

As abelhas deste meliponário são as Mandaçaias, que quando viram a chegada de Winckler seguido pelos seus amigos, logo saíram para recepcionar a caravana ...

Se lançavam em vôo umas atrás das outras ... 

Mas estas imagens só puderam ser feitas depois da aula nº2 que o Diretor Carlos Ivan deu a fotógrafa Mayara.    

Todos rodearam felizes aquele meliponário bem arrumado abaixo de uma sobra tão agradável   

Simpatizantes também vieram conhecer as mandaçaias, as estórias das abelhas sem ferrão e a nossa associação !!!

Infelizmente um imprevisto forçou várias improvisações para que a nossa reunião acontecesse .... Mas o poder de um trabalho em enxame permitiu que a reunião acontecesse !!! 

Cadeiras à sombra e vamos nós .... Carlos Ivan dá início a reunião ....

Iniciamos com uma palestra dada por mim ...

Tentei falar sobre a influência das abelhas no meio ambiente, não sei se convenci ... 

 Presidente Gesimar ficou de olho ... na primeira fila ..

 A galera estava atenta ...

 Depois Felipe, gestor do Parque da Catacumba, trouxe algumas palavras sobre a importância de nossa parceria no Parque da Catacumba, e sobre a atividade de Sergio Magarão, nosso diretor técnico, no meliponário daquele parque. Atividade que virou amizade retratada na reportagem da Revista "Parques Cariocas", que já foi matéria aqui na página em:

www.ame-rio.org/2015/02/ame-rio-semeando-amigos.html   

 Tivemos em seguida uma ótima palestra da diretora Julia sobre cipós e trepadeiras ... muitas informações novas e uma pesquisa apurada sobre as diferentes espécies e respectivas épocas de suas florações. Material importante para todo meliponicultor   

A palestra foi intercalada por um farto piquenique, que está se tornando tradição em nossos encontros ...

 Cachorro-quente, empadão de frango, tortas, e mais mil e uma delícias trazidas pelos associados 

Carlos exibe a coleção de exoesqueletos de larvas de cigarras. 

Tivemos também a visita de Oscar, advogado ambientalista, que veio conhecer nosso trabalho. Ele é de uma associação amiga que ajuda na dispersão de mudas e sementes de palmeiras Juçara,

Logo depois iniciou a parte mais esperada da reunião que são as atividades práticas. Estava programado fazer uma desdobra de mandaçaias. A execução da desdobra ficou a cargo do Gesimar, mas as caixas foram cuidadosamente e previamente selecionadas pelo Winckler.

E ele escolheu uma caixa caprichada, vejam os belos potes de mel !!! 

Gesimar teve que abrir caminho para acessar os discos de cria. A caixa modelo PPP não permite uma desdobra de fácil manejo, mas por outro lado é excelente para demonstrações públicas como essas e para aprendizado, pois todos podem visualizar todo o ninho em sua disposição original, sem interferências a visão geral.  

Os potes de mel abertos fizeram a alegria de todos os presentes, que puderam degustar o puro e delicioso mel nativo.

Acessado o ninho, os discos necessários são extraídos para a realização da desdobra.... curiosidade geral ... espanto para os que presenciam a operação pela primeira vez ..

Todos acompanham com muito interesse .. registram em fotos a expertise de Gesimar no trato com os discos.

No final ainda tivemos tempo para distribuição de mudas nativas cultivadas pela Júlia. 

E para finalizar ..... nossa tradicional foto coletiva!!! Alguns participantes tiveram que se ausentar antes, mas mesmo assim a família AME-RIO estava grande !!! 

QUEM ESTÁ NA CHUVA É PARA SE MOLHAR

Como todos sabem a AME-RIO tem um meliponário no Parque Nacional da Tijuca, que acabou de completar 3 anos. Muitas alegrias vivemos, mas também muitos desafios!!!

O meliponário fica no entorno do Centro de Visitantes, bem protegido pela guarda local, e sempre sob os olhos vigilantes de todos os servidores que trabalham no local.

Esses aí, por exemplo, são o Alberto e a Isis, mas ainda tem o Dirlei que tira fotos e envia, o pessoal da trilha, da brigada .... 

São sempre eles, que pelo amor adquirido pelas abelhas, ficam a espreita e nos avisam quando notam algo errado.

Foi assim no ataque de abelhas limão em duas caixas simultaneamente, ou na investida dos quatis, que quebraram uma caixa de Jataí e comeram parte do ninho. Estes foram só dois eventos marcantes que citei dentre muitos outros que nos surpreenderam !!!

Agora vou postar mais dois fatos interessantes:

O primeiro ocorreu logo apos a Reunião da AME-RIO de março, que foi no parque. Ganhamos uma isca de abelha Jataí, e resolvemos colocar em um vaso-caixa que estava vazio no meliponário. Dois dias depois quando fui cuidar do novo enxame, olhem o que encontrei .....

  O pequeno enxame de Jataí foi atacado por vespas amarelas ... um enxame inteiro estava lá dentro do vaso-caixa envolvendo a isca pet que estava se adaptando. E as vespas não perderam tempo.... em apenas dois dias, entre a colocação das jataís no vaso-caixa e a descoberta da enxameação de vespas, olhem só o que as vespas fizeram ....

 As danadas das vespas já tinham preparado dois discos entorno do que sobrou das jataís. E o que sobrou..., alguns micro discos envolvidos por abelhinhas encurraladas, apavoradas, mas corajosas.

 Colocamos em uma alça de caixa para tentar salvar.... Não me perguntem pela rainha ..... não procurei ... se estiver lá escondida talvez sobreviva ...  

Bem, este susto passou, mas não deu nem para respirar ... na semana seguinte  olhem o que aconteceu ....

 Um pé de uma espécie de quaresma branca, que eles conhecem como Tangará, caiu bem em cima de uma das caixas de mandaçaia.... e Dirlei logo me enviou a foto acima ... e Alberto ligou dando informações ...  A equipe das trilhas do parque logo se mobilizou e cortou a árvore, mas ... olhem como ficou a caixa!! 

 Telhado e tampa foram maltratados !!!

 A base da caixa só não se rompeu de vez, devido a estrutura reforçada com tela que o Ivan (nosso diretor e idealizador da caixa) colocou na alma das paredes da caixa.

 

 Fui até lá e coloquei argila nas fendas para aguentar até o dia seguinte ... e no dia seguinte todas as ferramentas e material para uma transferência de caixa ...

 Aproveitem e observem o interior da caixa ... esta caixa aguentou dois invernos rigorosos em que a temperatura no meliponário chegava a 6ºC, em pleno Rio de Janeiro, e mesmo assim a caixa de vermiculita do Ivan cumpriu seu papel e ofereceu um bom isolamento térmico ... fato que pode ser comprovado pela baixa deposição de batume dentro da caixa ...

 Acabamos de quebrar a caixa para extração do ninho completo ...

 Mas como estamos sempre experimentando novas técnicas  ... aproveitei a transferência para substituir a valente caixa de vermiculita do Ivan pela caixa de alças também de vermiculita do associado Bart, ela tem 5 cm de espessura .... 

 

 Bom ... 

Não fazíamos uma postagem há muito tempo, e achamos que repassar um pouco da nossa vivência seria útil. Então era isso que nós tínhamos para compartilhar no momento com quem acompanha a nossa página ... 

Estar em parques é muito bom, para difundir a importância das abelhas nativas para um público bem variado, mas dá muito trabalho .... 

Sempre somos pegos de surpresa com algum acontecimento novo e surpreendente, que fatalmente nos consome tempo, verdinhas e dedicação .... e vamos aprendendo sempre com a mãe natureza, que afinal quem está na chuva é para se molhar !!!

Medina