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terça-feira, 21 de maio de 2013

Propriedades Medicinais na Meliponicultura



Minha atividade principal é como engenheiro mecânico, mas como dizem que de médico e louco cada um tem um pouco, me incluo nestes dois grupos ....

A meliponicultura me apaixonou desde o início. Um engenheiro mecânico ter o gosto fisgado por abelhas, só pode ser coisa de louco mesmo !!!

Mas já dentro deste mundo, reunião aqui, conversa ali, literatura acolá, percebi que as abelhas sem ferrão não tem só um apelo ambiental ou de sustentabilidade. Comentado entre os associados e amigos meliponicultores destacavam-se os "causos" e estórias sobre as propriedades medicinais superiores dos méis e própolis das abelhas sem ferrão.

Aí identifico meu lado médico, antes mesmo de conhecer a meliponicultura, pois eu mesmo já havia vivenciado um "causo" desses. 

Um parente meu sofria com uma tal de "H Pylori" ou Helicobater Pylori. Para quem não conhece é uma espécie de bactéria que infecta o revestimento mucoso do estômago humano e causa gastrite ou mesmo úlceras. O tratamento é por meio de antibiótico, e para quem é sensível a medicação, é um "bom" período de sofrimento.

Bem ... neste tempo, como disse, não conhecia as abelhas sem ferrão mas me indicaram um remédio alternativo para esse meu parente fazer um tratamento evitando o uso de antibióticos. Aceita a a indicação, o problema seria conseguir, pois o tal remédio era feito por um pequeno laboratório nacional lá do Piauí. O laboratório só fornecia para farmácias do norte e nordeste, mas consegui assim mesmo algumas doses.


Resumo do "causo", a pessoa ficou boa e não apresentou mais o problema. Eu buscando na internet sobre a composição do remédio descobri que era elaborado com Percolato de Aroeira e Mel de Tiúba.  A minha surpresa na época se limitou a saber que um dos componentes era um mel de uma abelha esquisita e sem ferrão !!! Achei a informação interessante, mas na minha visão tosca da época, não percebi o quanto espetacular era a iniciativa deste pequeno laboratório nacional, que investiu em um remédio totalmente nacional, natural. O produto era um incômodo para a cultura que nos é imposta pelos grandes laboratórios estrangeiros. 

Bem, antes que me perguntem já vou informando que o Laboratório Rocha não conseguiu pagar os custos para comprovar, nos moldes  das resoluções da ANVISA, a eficácia do remédio. O registro não foi renovado e até onde sei o laboratório agora produz remédios genéricos e Tintura Jalapa.


LABORATORIO INDUSTRIAL FARMACEUTICO ROCHA LTDA 1.00582-1
AROEIRA MEL  25000.021974/99-99
250 ML CX FR lTD AME - 10/04
1101013 AWrINFLM4ATORIOS 24 MESES
175 REGISTRO DE NOVO PRODUTO
01 EM DESACORDO COM A LEGISLACAO VIGENTE
 
Na minha opinião, aqui no Brasil o conhecimento tradicional não é valorizado por nós nativos, e por isso os órgãos competentes e o governo não é pressionado, nem internamente nem externamente, a rever seus atos. Se a valorização do conhecimento tradicional fosse realmente uma ideia orgânica, os próprios políticos e servidores públicos que estão investidos do poder do cargo que ocupam, estariam imbuídos em buscar soluções, ou mesmo de não criar tantos empecilhos ao aproveitamento do conhecimento popular.

Outro "causo" que costumo escutar é sobre as propriedades do mel de Jataí. Nunca soube de nenhum remédio de mel de Jataí, só escuto "causos", mas navegando por esse mar de bits e bytes eu achei uma boa notícia vindo da Bolívia, sob o título: "Yuracarés impulsan propiedades medicinales de la miel de MELIPONAS"

A reportagem mostra como aplicar mel de Jataí para combater a conjuntivite: "É chamada senhorita abelha, porque não tem ferrão e nem pica", explica uma das produtores de mel de abelha Jataí, Elda Camargo. 
Moradores da comunidade Cochabamba Yuracarés são os principais promotores das propriedades medicinais do mel, pois eles atribuem a cura de doenças como catarata e conjuntivite nos olhos, bem como gastrite, azia e anemia.
A reportagem ainda ensina que a característica particular da abelha Tetragonisca angostula (Jataí) que deposita o mel em potes elaborados de própolis e cera  "À medida que amadurecem  naqueles potes, o mel é imbuído de todas as propriedades da própolis", diz Shirley Garey, que faz parte da equipe técnica que acompanha a iniciativa no âmbito do projeto, promovido pela Direção da Igualdade de Oportunidades (DIO) do Interior.

Por: Zulma Camacho G. zcamacho@opinion.com.bo | 13/04/2012 | Ed. Imp
Una de las principales limitaciones es la comercialización. Pedidos a los teléfonos 4500151 y 70754330.

http://www.masproduccion.com/


Trinta famílias da comunidade de Yuracaré, no município de Chimoré, estão envolvidas desde 2010 no desenvolvimento deste projeto. Neste processo, as mulheres desenvolvem e disseminam várias práticas e segredos para curar doenças

"Basta aplicar uma gota por dia, este mel pode curar a catarata e conjuntivite dos olhos. Gastrite é controlado com uma colher de mel com o estômago vazio, puro ou diluído em um copo de água quente" são alguns dos segredos revelados pelos produtores.

Outra propriedade do mel é a de regenerar a pele quando sofre queimaduras graves, e também ajuda a fechar feridas rapidamente.

Na reportagem havia ainda um depoimento:
"Cada vez era mais difícil de ler, tinha visão turva e ... Então eu decidi ir ao oftalmologista. Seu diagnóstico foi algo inesperado. Você tem cataratas avançadas, especialmente no olho esquerdo, disse pleno segurança. Teremos que intervir rapidamente. Agradeci, me despedi e fui embora. Claro que teria que passar por uma cirurgia! Nunca mais voltei. Comecei a pingar uma gota de mel de Jataí em cada olho todas as noites. Como coça! ! Parecia que eu estava colocando suco de limão!. Aos 3 meses, mais ou menos, comecei a melhorar. Após quase um ano, a minha visão melhorou dramaticamente. comecei a ver como quando eu tinha 30 ou 40 anos. " Esta foi a primeira testemunho que ouvi de alguém que foi curado de catarata diretamente, narrado pelo protagonista. Sr. Ayala, um pedreiro paraguaio cerca de 60 anos, foi quem me enviou essa grande notícia. 
Por muitos anos, eu escuto que mel de Jataí cura catarata. Mas estas questões têm de ser muito pesquisadas mas, o testemunho deste humilde pedreiro, é uma grande notícia.

Investigação aos moldes acadêmicos podem ser vistos na publicação de 2009: Antibacterial Power Of Honeys From Tetragonisca angustula Assessed By Minimum Inhibitory Concentration



O conhecimento tradicional é um atalho e tanto para as grandes indústrias farmacêuticas. Representa uma economia de milhõe$, que não é revertida em preços justos nos produtos finais. Também nunca ouvi falar em alguma compensação a alguma região ou comunidade que tenha revelado alguns desses atalhos químicos do conhecimento. 
Mas o que não consigo entender mesmo é como nossas boticas de flora medicinal foram dizimadas pelas exigências da ANVISA no momento de renovação das licenças de suas fórmulas ou princípios ativos. 
Concordo que uma pessoa possa se "envenenar" com uma dose errada de um fitoterápico. Também acho que há necessidade de estudos, pesquisas mas não consigo compreender como as farmácias estão com suas prateleiras lotadas de "bombas" em que o rótulo vende saúde. Existem Boutiques Vip's em cada esquina e dentro dos shopping's que só vendem estes venenos. A mídia não ataca com a mesma veemência este convívio da "juventude malhação" como atacou aos fitoterápicos. Mesmo depois de notícias como a da doença do cantor Netinho, não vejo a ANVISA coibindo este tipo de "complemento alimentar" que só tem trazido doenças graves aos seus usuários. 
Bem ..., não vamos entrar por este caminho que não é a intenção.    

Fora do Brasil eu pude encontrar ainda algum apego a cultura popular e a existência de uma classe de profissionais chamados localmente como "médicos tradicionais" classe que não existe aqui no Brasil, vejam o exemplo abaixo :




 Ou ainda nesta propaganda :


Quando a propaganda acima descreve "auxilia ao tratamento de Câncer" pode parecer meio como um "tônico da vida" vendido por um charlatão, mas existem pesquisas em uma universidade de Belo Horizonte (MG) que estuda o mel e o própolis como componentes que auxiliam a manutenção do bem estar do paciente que está sendo submetido a radioterapia.  

Eu gostaria de deixar claro que não sou contra a ANVISA exigir tantos estudos e comprovações, mas não concordo que conhecimentos tradicionais escapem por entre os dedos da mão do povo. 
Já que o conhecimento é tradicional, popular, um bem de todos os cidadãos brasileiros, no mínimo cada vez que a ANVISA encontrasse casos como esses, ao invés de retirar do mercado, ela mesma deveria bancar com os seus recur$o$ públicos a pesquisa necessária para a homologação. O que não dá para entender é como tudo isso está sendo perdido !!!

Se até países vizinhos se utilizam e valorizam este conhecimento, porque não nós ?

abejas melliponas Miel de Yateí medicina natural de exportación

No atalho acima, uma pequena reportagem também mencionando as propriedades do mel de Jataí, reproduzo aqui alguns trechos já traduzidos:


Jataí é uma pequena abelha sem ferrão, nativa da América do Sul, que ainda vive na selva. Seu mel é valorizada pela medicina popular e Guarani, devido às suas muitas propriedades benéficas para a saúde.
Este mel é ampla e popularmente conhecido desde o tempo dos índios Guarani por suas propriedades medicinais. É usado para curar garganta, brônquios, pulmões e aplica no olho para tratar a catarata e conjuntivite.
Na Venezuela, é usado principalmente para curar a catarata, usando-o uma vez por dia no olho afetado também como fertilizantes distúrbios femininos e gastrointestinal.
A meliponicultura torna-se cada vez mais importante como uma fonte de recursos. Atualmente, o mel produzido atinge cotado a US$ 50 por litro e uma colméia produz cerca de meio litro por ano.
São realizados diferentes estudos, este mel apresenta agentes antimicrobianos com uma ampla variação a sensibilidade entre os microrganismos testados. A espécie Staphylococcus aureus, foi fortemente inibida. Ela causa doenças como infecções da pele e das mucosas relativamente benignas, tais como foliculite, furunculose ou conjuntivite, para doenças potencialmente fatais como a celulite, abcessos profundos, osteomielite, meningite, septicemia, endocardite ou pneumonia.

O Brasil é muito rico. Não é só Jataí que temos, mas uma infinidade de outras espécies de abelhas sem ferrão, meliponas e trigonas. Propriedades medicinais dentre elas é o que não falta ....

No Maranhão nosso amigo Wilson Mello cria uma espécie de abelha conhecida por sua espetacular produção de própolis, a Tubi.

   


Ele já esteve na AME-RIO e nos ensinou a utilizar o pólen (pão de mel - saburá) das abelhas sem ferrão, em uma batida de mel. Ele também prepara solução de própolis de tubi, da qual posso dar meu testemunho: É excelente para tratamento de dermatite entre outras aplicações, e se revelou mais eficaz do que o famoso própolis verde. 

Dizem que os japoneses estão importando para pesquisas. Não sei se esta informação é um conto, ou se aumentei mais um ponto !

Quanto conhecimento já perdemos desde a introdução das abelhas Apis no Brasil, atitude dos nossos colonizadores que impôs uma proporcional desvalorização da cultura local !! 
Gostaria de ter tempo para ler anotações que possam estar perdidas em bibliotecas públicas ou particulares, anotações históricas datadas do século 18 ou 17. Quiçá contenham estórias de índios ou escravos que fizessem uso das abelhas sem ferrão para curar seus males nos cantões desse Brasil. Uma receitinha de uma mucama contada em prosa aqui, ou um "causo" de um bandeirante revelado em uma epopeia ali, e quem sabe no meio disso tudo uma nova revelação que a modernidade tenha usurpado do nosso dia a dia, mas que esteja devidamente catalogada entre linhas de algum autor desconhecido!

Talvez ainda hoje possamos encontrar um sertanejo, ou um ribeirinho da Amazônia que tenha algum dado a revelar em suas estórias contadas de pai para filho. A velha e boa tradição oral, que mesmo mascarada por um tom romanceado, sempre esconde conceitos trazidos de longa data ...
  
Quem sabe, pessoas como uma religiosa que eu admiro, Irmã Eva Michalak (1912/2007) que vivia de pé no chão e que foi uma profunda estudiosa da flora brasileira, tenham do alto do seu saber outras informações tão valiosas além daquele bordão que ela sempre repetia: "... Muita doçura e muita gordura levam o homem rapidinho para a sepultura ...



Quem sabe que pessoas como ela, estrangeira e amante da flora brasileira, tenham escutado, reconhecido e arquivado, em papel e letras, informações preciosas sobre nossas abelhas sem ferrão.

Estamos falando por enquanto somente das propriedades do mel ou própolis das abelhas sem ferrão, mas imaginem quão imenso não deve ser o universo a ser pesquisado sobre as propriedades dos produtos melipônicos, se focarmos cada espécie de abelha sem ferrão fazendo seu mel ou própolis a partir de compostos de uma espécie vegetal também com propriedades medicinais conhecidas !!!!

Neste ponto posso citar a reportagem de uma descoberta/pesquisa na Nova Zelândia:

As abelhas recolhem o néctar dos arbustos Manuka (também conhecidos como árvores de chá), que crescem em áreas remotas da Nova Zelândia. De acordo com Manuka Saúde, a descoberta das propriedades anti-bacterianas do mel rico em metilglioxal foi feita pelo professor Thomas Henle na Universidade de Dresden, Alemanha. Os resultados de sua pesquisa foram publicados em janeiro de 2008.
... Essas propriedades curativas eram bem conhecidas para os povos indígenas durante milhares de anos, muito antes de antibióticos modernos serem desenvolvidos.



Um estudo realizado na Austrália mostrou que uma variedade de mel típica da Oceania pode ser um eficiente agente no tratamento de infecções de pele e no combate a infecções hospitalares.

Cientistas da Universidade de Sydney descobriram que o mel neo-zelandês conhecido como Manuka contém uma substância altamente tóxica para bactérias, chamada metilglioxal.
"A superbactéria conhecida como MRSA, que é resistente a vários tipos de antibiótico e pode provocar várias infecções graves em hospitais, é altamente suscetível ao mel", explicou à BBC Dee Carter, um dos autores do estudo.
Segundo o cientista, em tese, o metilglioxal também seria tóxico aos seres humanos. "Mas há outras substâncias no mel que evitam que ele seja tóxico para as células humanas, ao mesmo tempo em que promove a destruição das bactérias", disse.
Os pesquisadores esperam que, no futuro, produtos esterilizados à base de mel possam substituir pomadas antibacterianas e anti-sépticas no tratamento de cortes, queimaduras, picadas de inseto e outras doenças de pele.
Mas Carter reconhece que ainda são necessários novos estudos para provar a médicos que o mel Manuka pode ser um poderoso medicamento alternativo.
"Precisamos da ciência por trás disso, e é o que estamos fazendo. Médicos não querem ouvir falar de algo que pode soar como coisa de curandeiro. Eles querem algo com validação científica", disse.
Outros pesquisadores australianos acreditam que os benefícios do mel vão além do tratamento de problemas de pele.
Estudos realizados no país examinaram as propriedades probióticas do alimento, que possui uma parcela de carboidratos que são "quebrados" no intestino delgado, enquanto o resto passa sem ser digerido até o intestino grosso.
"Com o processo, esses açúcares estimulam o desenvolvimento de bactérias saudáveis no intestino, o que por sua vez ajuda a prevenir o acúmulo de toxinas", explicou à BBC a especialista em alimentos Rosie Stern.
Segundo ela, isso ajuda a evitar males como o câncer intestinal, a síndrome do intestino irritável, a doença de Crohn e a colite ulcerativa.
MEL+PODE+AJUDAR+A+COMBATER+INFECCOES+HOSPITALARES+DIZ+ESTUDO.html





TheraHoney MEL Wound Gel tem alto nível de açúcar, que resultam em pressão ostomic que ajuda a promover o desbridamento autolítico do tecido necrosado, um ambiente de cicatrização úmido, e ajuda rapidamente reduzir o odor da ferida. Este gel Manuka ativo é ideal para a difícil tratar as feridas. Indicado para uso em feridas sem drenagem para drenagem moderada.


Em outra vertente já há pesquisa sobre outro foco de aplicação dos produtos mel, própolis, pólen e inusitadamente a própria abelha ainda dentro da célula: 
Feito com mel, geléia real, pólen, própolis e larvas de abelhas rainhas ou zangões, a fórmula é uma alternativa natural para reposição hormonal testado com sucesso em ratos de laboratório por Patricia Vergara Aragão, Faculdade de Medicina da Universidade Autônoma do México UNAM. Jorge Garcia Macedo, pesquisador do Instituto de Física, Gina Prone Prado, estudante de pós-graduação, Aguilar e Valverde Guadalupe, pesquisador do IPN, realizou a análise por espectroscopia no infravermelho

Esta coisa de comer a pobre da abelha em forma de pupa (sei lá o nome certo) também já é conhecida ... ninguém mais do que o próprio PPP durante suas aulas de desdobra de caixas, não desperdiçava nenhuma pupa que por descuido nosso tivesse sua célula rompida, e portanto fadada a morte. 
Ele ia lá e comia ... contava que no tempo em que morava na Amazônia diziam os locais que era um ótimo tônico .... Está aí .. não é que é mesmo !!!! 

Apesar da notícia não informar que a pesquisa da Patrícia Vergana Aragão seja específicamente sobre abelhas sem ferrão, quem pode afirmar que nossas  abelhilhas sem ferrão também não apresentem propriedades até mais eficientes sobre este aspecto de aplicação?  Quem sabe que a batida de mel com Saburá do Wilson Mello não apresente este efeito até mais amplificado. 



Conversando com uma pessoa, me foi contado um "causo" sobre os efeitos do saburá em câncer de próstata. Não sei detalhes sobre o fim do "causo", mas é uma pista ....  Porque não pesquisar ?

Existem muitas pesquisas sobre o pólen das abelhas sem ferrão, mas todas as que eu pude observar são limitadas a composição, propriedades organolépticas, etc, mas sem uma visão mais profunda dos seus efeitos sobre o bem estar do ser humano.  
Exemplos:

Assim como o composto Aroeira-Mel, do Laboratório Rocha, feito a partir do Mel da Tiuba, quais espécies de abelhas sem ferrão poderiam apresentar melhor desempenho sobre qual enfermidade? E se combinarmos fonte vegetal específica para estas abelhas utilizarem na elaboração de seus produtos!! Quais propriedades poderiam resultar destes experimentos ?

Na península de Yucatan os descendentes Maias aprenderam a a celebrar este grande presente de DEUS, as MELIPONAS e suas riquezas. É um resgate de uma tradição que certamente devia ser muito mais rica e cheia de conhecimentos,  os quais com certeza já foram perdidos.



Li uma notícia sobre membros de uma ONG respondem processo pois estavam catalogando todas as estórias, contos, receitas de uma tribo indígena no norte do País. É um livro da etnia  Kaxinawá, e contém a linguagem e as receitas xamânicas relacionadas a 516 ervas medicinais. Concordo que isso pode ser uma evasão de conhecimento tradicional valioso. Mas se autoridades competentes foram mobilizadas para intervir judicialmente quanto ao teor do fato, porque não aparecem também recursos materiais e humanos nacionais para dar continuidade ao trabalho desta ONG ?

Saibamos, que nós meliponicultores estamos com uma caixa preta em nossos meliponários. Muitas curas podem estar escondidas dentro de cada uma dessas caixas ....

Com todo o respeito à importância de cada classe na sociedade, arrisco dizer que a Natureza privou nossas abelhas dos ferrões, porque elas não são Militares. 
Nossas abelhas não tem ferrão pois são como Cientistas especializados em um verdadeiro laboratório nacional, ora trabalhando internamente em compostos químicos complexos, ora trabalhando externamente, em experiências de polinização cruzada sofisticada.

Desenvolveram em suas experiências milenares um verdadeiro cenário botânico de diversidade incomparável no solo brasileiro. Hoje, como todo cientista, vive mais de paixão com seus recursos cada vez mais escassos.

UGA
Medina

8 comentários:

  1. Isso não é uma postagem, é um compêndio !!!

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  2. Você escreveu e disse. Dentro de pouco tempo o conhecimento dos mais antigos desaparecerá com eles. A nossa geração não sabe nada. Mas, cabe a ela, tentar registrar o que ainda existe.

    Macambira

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  3. Parabéns Medina, por seu artigo.
    Sou médico homeopata, com mais de 40 anos de experiência, e corroboro o que disse. Embora a fitoterapia não seja homeopatia, conforme muitos pensam, é também um ramo importantíssimo a ser explorado pela ciência médica. Infelizmente, poucos se interessam pelo assunto. Quando estava ainda na faculdade, percebia que os professores enfatizavam que apenas uma verdade existia: a alopatia tradicional. Sem dúvida não se pode prescindir de todos os recursos que a farmacologia propiciou, mas dar as costas à sabedoria popular é jogar fora receitas preciosas disponíveis na Natureza. Há muito intere$$e por trás da tentativa de sufocar a fitoterapia...

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  4. ¡Increíble! gracias por regalarnos tan bella información, esto me anima a seguir luchando por las abejas nativas de mi país, saludos desde Nicaragua

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  5. Parabéns, Medina! Muito importante esta publicação.

    Josmar

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  6. Parabéns Medina!!Esta publicação é muito valiosa.

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  7. Prezado Medina, você relatou de forma exata como o stablishment está matando a tradicionalidade, sob a falsa alegação de "proteger o interesse da saúde pública." Agora o próximo passo será a medicamentalização da própolis, exclusivamente para atender aos interesses da industria farmacêutica.

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  8. Poderia me indicar onde comprar, oabrigado (jaime.barossi@hotmail.com)

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