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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Novos vídeos da antiga abelha

Amigos da AME-RIO e Abenautas,


A abelha Melipona beecheii, Ko'olel Kaab, na língua maia, é a primeira abelha de que se tem registro no Novo Mundo, ela foi domesticada pelos antigos maias, centenas ou milhares de anos antes do primeiro europeu chegar nessas terras. Para os maias ela era sagrada.

Esta postagem dá prosseguimento a matéria de postagem anterior, "Ovoposição e nascimento de abelhas sem ferrão", que mostrou os excelentes vídeos com que nosso amigo yucateco, o Prof. Adalberto Aguilar y Coronado, nos brindou. Ele é meliponicultor e pesquisador, especializado no manejo das abelhas domesticadas pelos maias.

Desta vez , o Prof. Adalberto nos mostra operárias Melipona beecheii, retirando o corpo de uma abelha, que por algum motivo morreu antes de sair do álveolo.

Abejas meliponas Ko'olel Kaab (Melipona beecheii) extrayendo el cadáver de una de ellas.

Segundo o professor Adalberto, o vídeo nos mostra o "comportamento higiênico" dessa espécie de abelhas. Esse vídeo foi feito em seu meliponário, em Valladolid, Yucatán, México. O meliponário do Prof. Adalberto se chama "Noj Yumm Kaab".

Normalmente as abelhas conseguem retirar das células os corpos das abelhas com problemas, antes da época da eclosão dos alveólos adjacentes, mas em algumas ocasiões, alvéolos da periferia do disco de cria só são abertos, para a retirada de abelhas mortas, após a eclosão de todos os outros, como parece ter ocorrido desta vez.

O próximo vídeo, parece tão interessante quanto o anterior, mostra uma princesa de Melipona beecheii, sendo sacrificada por abelhas operárias da corte adversária.

Abejas meliponas "Ko'olel Kaab" (Melipona beecheii) eliminando a una reina virgen.

O sacrifício de princesas é bastante comum em abelhas meliponas, em época de fartura de néctar e pólem, até 25% das células de cria podem ser de princesas. Normalmente as princesas são sacrificadas, mas se a colônia estiver se preparando para enxameação, abelhas de uma nova corte em formação podem proteger a princesa e depois levá-la para a nova casa. Em multiplicações artificiais, também ocorre de princesas nascerem e ainda não terem uma corte para protegê-las, nesse caso são sacrificadas por abelhas de cortes adversárias.

A maioria dos meliponicultores já observou abelhas decapitadas sendo retiradas das colônias, mas acredito que poucos já observaram o momento que isso aconteceu. A grande importância dos vídeos que o prof. Adalberto nos tem ofertado é exatamente essa, mostrar aquilo que aprendemos em teoria, mas que normalmente não conseguimos observar.

O vídeo acima foi feito no mesmo lugar que o anterior. É interessante notar as diferenças entre as abelhas operárias e uma princesa (reina virgem). As princesas tem cabeças menores, seu corpo é mais brilhante e sua cor um pouco diferente que a das abelhas operárias.

O terceiro vídeo mostra outra situação bastante comum, bem conhecida dos meliponicultores, mas que a gente não consegue observar diretamente, no dia a dia.

Abeja "Ko'olel Kaab" ( Melipona beecheii) hurtando cerumen de las estructuras en formación de una división.

Uma abelha, de uma outra colônia, furtando cerume de uma nova colônia em desenvolvimento. Acho que todo o meliponicultor já notou isso acontecer, é comum notarmos que a quantidade de cerume dentro de uma colônia em desenvolvimento diminui bastante, da mesma forma, as vezes o alimento, que fornecemos para uma nova divisão, desaparece. É um furto que está acontecendo, executado por abelhas de fora dessa nova colônia.

Segundo o Prof Adalberto, isso acontece em ocasiões em que a colônia ainda não tem um rainha fecundada. Quando a colônia, já com a rainha fecundada, se organiza, a abelha que for surpreendida furtando, seja mel ou cerume, é eliminada de forma incontinenti pelas abelhas da colônia em formação.

O último vídeo, mas não menos importante, nos mostra uma colônia nova, em desenvolvimento. Eu acho que essa colônia ainda não tem um rainha fecundada.

División en desarrollo de "Ko'olel Kaab" (Melipona beecheii).

A colônia acima está em uma colmeia modelo PNN. Podemos observar a construção de estruturas com potes para armazenar alimento (mel e pólen), algumas células de cria, tubo de entra e uma forte e ativa população de abelhas.

A minha observação anterior de que essa colônia ainda não tem uma rainha fecundada, é porque, além de ainda não aparecer postura, aparecem inúmeras abelhas correndo freneticamente e abanando as asas, devem estar espalhando o feromônio apaziguador pela colônia. Vamos ver se algum amigo com mais experiência nos fale um pouco mais sobre isso.

Mais uma vez precisamos agradecer ao Prof. Adalberto Aguilar Y Coronado, pelas excelentes matérias com as quais nos tem brindado, essas matérias enriquecem cada vez mais o nosso site.

Um abraço a todos,

José Halley Winckler
Rio de Janeiro.

Um comentário:

  1. Ótimos videos do Prof. Adalberto.
    Realmente par nós meliponicultores é de se admirar e vemos que precisamos aprender muito o que se passa no interior de uma colônia de abelha nativas. Parabéns pelos belos videos um dia eu chego lá.

    Abraços.

    Christiano Figueira
    Abelhas do Brasil
    RJ

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