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Pode parecer estranho, mas em Icapuí, no extremo Litoral Leste, há quem crie abelhas no quintal. Sem precisar de máscaras ou roupas especiais, moradores de cinco comunidades estão sendo beneficiados com a produção de mel de abelhas sem ferrão.
O trabalho das jandaíras, abelhas habitantes do semiárido, vai, em dois ou três meses, começar a gerar renda para as localidades de Peroba, Retiro Grande, Requenguela, Fazenda Belém e Córrego do Sal. A iniciativa é do projeto “De Olho na Água”, financiado pela Petrobras e apoiado por universidades e outras entidades.
O projeto com mel de jandaíra começou em dezembro do ano passado e envolve 25 jovens. Eles são os responsáveis por manter cem colmeias de madeira, que servem de abrigo para as abelhas. Além de contribuir com a renda, a criação das jandaíras deve ajudar na recuperação da vegetação. “Vai melhorar a polinização de plantas da Caatinga, que já foi muito degradada na região”, projeta Arimatéia Silva, geógrafo e colaborador do projeto.
Na casa de José Maurício da Silva, que se apresenta como um jovem de 80 anos, ficam as dez colmeias implantadas na praia de Requenguela. Entre outros cuidados, Maurício troca a mistura de água e açúcar que alimenta as abelhas em período de estiagem. “Elas não vão mais querer fugir daqui”, diverte-se ele, que pretende doar sua parte na produção para o projeto.
Atividades ambientais
A criação de abelhas sem ferrão é apenas uma das 14 ações com foco em meio ambiente e valorização da memória dos povos locais desenvolvidas pelo projeto “De olho na água”.
Mais refinado do que o mel produzido por abelhas africanas, o mel de jandaíra pode ser vendido por até R$ 80 o litro. Expectativa é gerar renda para 25 jovens de Icapuí. Mel das abelhas do Sertão tem propriedades medicinais
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