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sábado, 24 de dezembro de 2011

O melhor presente de Natal!


Desde criança somos envolvidos pela magia do Natal, e em nosso imaginário acontecem sonhos desse ou daquele presente.
A idade chega, o passar dos anos nos torna mais sábios, e muitas fantasias caem, mas essa eterna magia permanece.
Este ano sinceramente não sonhei com nenhum presente, entretanto a Mãe Natureza incumbiu-se de presentear-me com um presente inesquecível e que emocionou-me na manhã dessa quinta-feira, dia 23 de dezembro de 2011, portanto vésperas do Natal.
Viajei e fiquei três dias fora retornando ontem.
Na manhã de hoje, molhava as plantas do quintal onde mantenho meu meliponario urbano com diversas caixas de uruçú nordestina, jandaira, mandacaia, asilvai, Scaptotrigona, mocinha preta, uruçú amarela do Planalto Central e mandurí do Mato Grosso, e uma única caixa de jatai (nome científico: Tetragonisca angustula) que diferente das demais fica na frente da casa.
Notei, então, que uma velha caixa onde habitou um fraco enxame de jandairas que morreram meses antes e que simplesmente larguei sobre um velho tanque encostado na parede da edícula dos fundos, havia intenso movimento de abelhas jataís!
Parei tudo e fiquei analisando - estavam construindo freneticamente uma entrada no buraco ceroso de cera alveolada que uso passar sobre a capa de serragem que coloco nos protetores de garrafa pet nas entradas de minhas caixas.
Inicialmente pensei que estavam saqueando ou tampando mesmo buraco de entrada... mas depois tive certeza de que estavam construindo o canudinho de cerume comum nos enxames da espécie.
Movimentação das jatais na entrada da caixa:


Isso demonstra que a tese entre alguns meliponicutores que defendem ser mais atrativo para caixas-iscas o uso de material oriundo de enxame da espécie pretendida na captura, seja restos de cera ou cerume e própolis diluido etc. é relativa. A caixa-isca de madeira que foi apoderada pelas jatais tinha material exclusivo de Melipona subnitida, jandaira... e a jatai, Tetragonisca angustula, do grupo Trigonini não se importou com isso.
Tenho nessa experiência o meu melhor presente de Natal! ...principalmente porque esta é minha primeira captura de um enxame de abelha indígena. E todos aqueles que já experimentaram isso, concordarão comigo de que trata-se de uma experiência inesquecível.
Aproveito para externar a todos os leitores boas festas natalinas e um Ano Novo repleto de boas realizações!

Do autor: José Luiz da Silva Vieira (texto e fotos) - é meliponicultor residente em Cuiabá - Estado de Mato Grosso, desenvolve estudos sobre adaptabilidade de abelhas indígenas do semi-árido (caatinga) da Bahia e Paraíba (nordeste do Brasil) no cerrado matogrossense (centro-oeste brasileiro).

Um comentário:

  1. Amigos da AME-Rio e amigo Zé Luiz,

    parabéns pela postagem.

    Posso dar meu testemunho pessoal,que o amigo Zé Luiz(a quem tive o prazer de conhecer)é um meliponicultor dedicado,responsável,estudioso e em um futuro bem próximo,será um exemplo para muitos novos ,e até velhos meliponicultores,pois ele pratica a meliponicultura com amor e responsabilidade,e o sucesso será certo...

    Abraço.
    Paulo Braz.
    Meliponário Braz.

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