por José Luiz S. Vieira - de Cuiabá - MT
A abelha nativa brasileira Partamona helleri, conhecida popularmente como "boca de sapo", leva esse nome haja vista sua peculiar entrada, engenhosa e bonita escultura feita em barro, de formato que no dizer de muitos, lembraria a boca aberta de um sapo.
No santuário ecológico de abelhas nativas da fazenda de Eurides Furtado, em Diamantino, localizada junto da rodovia sentido Posto Gil - Nova Mutum, Estado de Mato Grosso, existe uma árvore "carvão branco", que foi estrangulada pelo abraço mortal de uma gameleira.
Em minha visita, quando mostrou-me diversos ninhos de abelhas nativas diferentes, já no entardecer convidou-me a conhecer essa árvore onde tinha "uns três ninhos" de Partamona helleri . E lá fomos pra satisfazer minha curiosidade.
E não é que na verificação desses iniciais três ninhos, contornando a árvore, encontramos na realidade o dobro, um total de SEIS NINHOS! Nem Eurides tinha conhecimento de que eram tantos! Veja foto abaixo - clique para ampliá-la.
Pra não deixar que minha surpresa fosse "esquecida", meu amigo fez uma traquinagem.
Pegou seu canivete e disse: "-Perai, não podemos dizer que são seis ninhos, porque esse aqui parece que não tem abelha, vamos ver..." E deu ligeiras batidas perto da escultura de barro.
Eu ali, preocupado em fotografar cada entrada que contamos, de repente, justo no momento que focalizava essa entrada... dezenas de Partamonas, irritadas com o barulho, sairam em defesa, grudando em todos à volta.
Não tive alternativa senão correr pelo pasto, diga-se com muitos pés de assa-peixe ainda floridos, facilitando o alimento das abelhas. E não muito distante, uns 300 metros, tem um açude que com certeza facilita o trabalho dessas "arquitetas voadoras", fornecendo-lhes o barro umido necessário a construção dos ninhos, portanto, seis enxames diferentes de mesma espécie numa só árvore. Algo raro de se ver na Natureza.
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