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sexta-feira, 25 de março de 2011

CONCURSOS DE MÉIS - Faltou o mel australiano.

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Um dos acontecimentos anuais da AME-RIO é o nosso CONCURSO NACIONAL DE MÉIS, que é realizado a cada início de primavera, aqui no Rio de Janeiro.

Esse é um projeto do Pedro Paulo Peixoto, nosso ex-presidente, que envida o máximo de seus esforços na sua realização. Como muitos, o Pedro Paulo está convencido que a degustação freqüente dos méis de nossas Abelhas Sem Ferrão é uma excelente ferramenta para a divulgação da meliponicultura e, com certeza, através dela poderemos atrair mais e mais pessoas para nossa atividade.


Para os dois primeiros concursos, foram requisitados juízes oficiais, indicados por diversos estados. No último Concurso como nem todos os Juízes tiveram condições de se deslocar para nosso estado, precisamos fazer com que amostras dos méis que estavam concorrendo chegassem até eles e depois precisamos aguardar a devolução das planilhas preenchidas por cada juiz, para chegarmos ao resultado oficial.


Os dois primeiros concursos foram mais dispendiosos, pois se objetivava também a formação de Juizes, sob um mesmo padrão de julgamento.

Mas no dia do Concurso, já que também seria feita uma degustação dos méis presentes, o Pedro Paulo resolveu distribuir as fichas de avaliação entre os presentes, para que eles fizessem também uma avaliação e se integrassem as regras básicas dos julgamentos de méis.

Vejam a nossa ficha de avaliação e as observações de como efetuar a avaliação, clicando na imagem, você pode ampliá-la.

E não é que essa avaliação acabou se mostrando tão precisa, quanto às dos avaliadores oficiais? Ao menos para os três primeiros colocados.

Após isso o Pedro Paulo resolveu repetir a experiência outras vezes, em degustações informais, mas sempre com avaliação dos presentes e de juízes oficiais, e em todas elas se repetiu o resultado, a nossa avaliação informal, secundou as avaliações dos juízes oficiais, que avaliaram nossos méis, na escolha do primeiro e segundo colocado em uma ocasião e nos três primeiros em outra ocasião.

O Pedro Paulo sempre diz que a freqüência dos concursos visa popularizar aos degustadores o sabor considerado ideal para os méis de ASF, além de familiarizar os participantes com as características do mel julgado.

Nessa nossa última reunião esperávamos que o nosso amigo australiano, Robert Luttrell, nos trouxesse uma amostra de seu mel de Trigonas carbonarias, para uma comparação com os nossos méis. O Pedro Paulo estava muito ansioso para efetuar esta comparação, na verdade todos nós estávamos aguardando essa oporturnidade de provar o mel australiano. Infelizmente, embora ele tenha trazido o mel da Austrália, na viagem de Santa Catarina para o Rio de Janeiro , o Bob acabou extraviando o tão esperado mel de carbonárias.

Mas nem por isso deixamos de fazer a avaliação de alguns méis que tínhamos a disposição, inclusive demos trabalho para o Bob the Bee Man, e ele precisou colher méis de mandaçaias e de urucus amarelas, que foram utilizadas na nossa avaliação.


Acabamos fazendo a avaliação com 6 (seis) amostras de mel.

Na foto ainda falta a amostra que está sendo colhida pelo BoB.

O primeiro concorrente, Mel A, foi o mel de uma colônia de mandaçaias (Melipona quadrifasciata anthidioides), aqui do Meliponário Escola, cuja colônia precisava ser transferida de caixa, então o pedimos que o Bob ajudasse a colher o seu mel, já que na transferência, normalmente retiramos o mel, devolvendo o alimento, no segundo ou terceiro dia e não precisa ser o próprio mel.

O segundo concorrente, Mel B, foi o mel de urucus amarelas (Melipona rufiventris) , colhido aqui no Meliponário Escola, no final do ano passado e que em um teste anterior, em dezembro, tinha ficado em primeiro lugar.

O terceiro concorrente, Mel C, foi o mel de jandaíras (Melipona subnitida), que veio do Rio Grande do Norte em 2009.

O quarto concorrente, Mel D, foi o mel de tiúbas (Melipona compressipes fasciculata), que um associado nosso trouxe do Maranhão, também de 2009.

O quinto concorrente, Mel E, foi o mel de uruçu nordestina (Melipona scutellaris), que nosso associado Flavio Geo, trouxe há pouco do Sertão Pernambucano, colheita recente, 2011.

O sexto concorrente, Mel F, também foi o mel de urucus amarelas (Melipona rufiventris) , colhido pelo Bob, aqui no Meliponário Escola, momentos antes do teste.

Pela avaliação dos associados presentes o melhor mel apresentado, foi o Mel E, de uruçu nordestina, que o Flavio Geo trouxe do sertão pernambucano.

Mas o “Mel A”, mel das mandaçaias, colhido pelo Bob brigou pau a pau e ficando em segundo lugar por poucos centésimos, na média das notas.

Vejam abaixo a o resumo das avaliações de nossos associados.

No julgamento de méis, as notas valem, para o avaliador, para apuração final é valida a classificação final dada por cada Juiz.

Nas cédulas de Julgamento, vários itens são observados e julgados, da cor a acides, do sabor a densidade, assim os concursos devem explicitar os itens que deverão sinalizar a classificação final. Aqui levamos em conta unicamente o item sabor, para avaliação final. Tanto que o mel que tirou o primeiro lugar estava meio opaco, denotando alguma falha no manejo da colheita. Entretanto, isso não alterou seu sabor, que conseguiu classificação máxima.

Todos os méis, que não foram colhidos na hora, estavam conservados sob refrigeração, mas como esperado, os méis mais antigos perderam algo de seu sabor nesse processo de guarda.

Também achei bastante interessante que, localizadas no mesmo local, as mandaçaias, dessa vez produziram um mel bem mais saboroso que o das urucus amarelas, isso deve ser devido a seletividade na escolha de flores de cada uma, as mandaçaias visitam flores com um néctar mais saboroso, do que o das flores visitadas pelas urucus amarelas. Já em dezembro passado foi o contrário, o mel das urucus, sobrepujou o das mandaçaias, provavelmente devido a escolha de pastagem, feita por cada uma.

Outro teste de avaliação que também estamos efetuando é a forma de classificação, alguns estatísticos dizem que se em avaliações semelhante for pedido para dar nota a cada um dos concorrentes ou se for apenas pedido que os concorrentes sejam classificados em primeiro, segundo, terceiros, etc, por cada avaliador, a contagem dos primeiros lugares, estatisticamente, pode ser utilizada para a classificação, com utilização da contagem de segundos classificados podendo ser utilizada como critério de desempate.

Bem, utilizando essa forma de avaliação, os resultados se repetem até o terceiro lugar.

Mas o melhor dessa avaliação de méis é que depois cada um dos avaliadores pode degustar uma deliciosa porção dequeijo catupiry, regada exatamente com o mel de sua preferência.

O Pedro Paulo nos disse que vai continuar fazendo essas experiências, até conseguir alcançar a melhor forma de avaliar nossos méis, nos CONCURSOS DE MEIS que continuaremos efetuando. E eu fico torcendo por isso, e pela oportunidade de provar os melhores méis de nossos associados.

Inclusive o Flavio Geo, disponibilizou vários vidros do mel que nos trouxe, e que foram todos vendidos na hora.

Abraços a todos, e parabéns ao Pedro Paulo, pela iniciativa e ao Flavio Geo, pelo mel que escolheu para trazer.

José Halley Winckler
Redator do site da AME-RIO

O Bob ficou de nos enviar algumas fotos, que ele mesmo bateu. Vamos ficar aguardando, para complementar esta matéria.

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