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sexta-feira, 11 de março de 2011

Abelhas e Amigos - A fruta demorada,

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Dando seqüência a série Abelhas e Amigos, hoje vou contar da visita que fiz ao Jeferson Piva, em Morro da Fumaça - SC.

No sábado passado, eu falei com o Jean que queria fazer uma visita a ele, para conhecê-lo, disse que estava em  Laguna - SC, cidade que fica a pouco mais de  80 km de Criciúma e pedi para que ele me explicasse como chegar até sua casa. O Jean me falou que para chegar a Criciúma tinha dois caminhos, um passando por Içara e outro passando por Morro da Fumaça.

O Jean estava dizendo que chegar a sua casa era um pouco complicado, para quem não conhece Criciúma, mas lembrou que em Morro da Fumaça morava o Jeferson Piva, um meliponicultor bastante jovem, do grupo que ele estava auxiliando e que poderia ser o meu guia até a sua casa e chegar a casa do Jeferson seria mais fácil. Eu entrei em contato com o Jeferson e ele prontamente concordou em me acompanhar até a casa do Jean.

Chegar a casa do Jeferson realmente foi fácil, com uma rápida explicação por telefone eu consegui entender o caminho. Às duas da tarde de domingo eu cheguei em sua casa, ele estava me aguardando, mas antes de seguirmos para a casa do Jean, ele fez questão de me mostrar as suas abelhas. Seu pai, José Piva, que divide com ele as tarefas de cuidar das abelhas, e seu irmão Genésio, nos acompanharam.

Caixa construída com concreto celular
Abrigando uma colônia de Jataís
Tetragonisca angustula
Que o Jeferson fez questão de abrir.
Colônia bem desenvolvida
Outra colônia de Jataís
agora em caixa de madeira.
Mais uma, com o pito muito bonito. 
Colônia nova, mas com bom desenvolvimento.

E foram dezenas de caixas de Jataís, todas com bastante movimento e com bom estoque de mel e pólen. Depois o Jeferson me levou para ver as caixas de Mandaçaias (Melipona quadrifasciata quadrifasciata), são muitas caixas, alguma muito desenvolvidas, outras em desenvolvimento, algumas são divisões novas, vou mostrar apenas uma colônia deste último grupo.
Mandaçaia com cerca de um mês.
Bastante alimento acumulado, discos de cria bem desenvolvidos,
Pouca geo-própolis e ninho não coberto, comprovando o bom conforto térmico da caixa.

Depois das mandaçaias o Jeferson me levou para mostrar as suas mirins, também são dezenas, de todos os tipos e em todos os tipos de caixas.

Esta eu achei interessante, em um colmo de bambu gigante.
O Jeferson fez questão de abrir.

Depois disso o seu José nos levou para ver as tubunas, acho que ele gosta mais dessas abelhas que das outras. Não sei se é porque elas produzem mais mel ou porque são mais defensivas e o seu José se diverte vendo elas enrolarem no cabelo dos visitantes. Principalmente aqueles que ainda tem cabelos escuros.


Seu José não sossegou até as abelhinhas se alvoroçarem e colocarem para correr o Genésio e meu cunhado Carlos, que estava me acompanhando e é o responsável pelas fotos em que apareço. O Jeferson como é malandro ficou observando de mais longe e não foi atacado. Eu e seu José, já estamos de cabelo branco e não somos tão atrativos para elas, mesmo assim muitas delas vieram conferir e jogaram um pouco de resina sobre nós, conseguiram se agarrar em meia dúzia de fios mais escuros que ainda restam em minha cabeça.

Dona Teresinha, esposa do seu José também estava observando de longe e depois que nos livramos das tubunas ela me convidou para ver uma árvore do seu pomar, que, segundo ela, depois de dezoito anos resolveu mostrar seus frutos. 
A árvore, ao lado de um cafeeiro
Frutos bonitos
Alguns galhos mais carregados, não fiz por menos, peguei um e comi ali mesmo.
Ih, já tem  gente atrás do tronco.

Dona Terezinha fez o Jeferson subir na árvore e colher alguns frutos para os visitantes. E  ela só deixou ele descer depois que ele quase encheu uma bolsa plástica, de supermercado.

Genésio, José Piva, Winckler e Jeferson

Antes de sairmos para a casa do Jean, consegui reunir a família Piva, para uma foto, só dona Terezinha fugiu.
Foi uma visita maravilhosa e muito agradável, se já não tivesse marcado com o Jean, teria ficado um pouco mais. Mas um dia eu volto, com mais tempo.

Uga

José Halley Winckler


Vocês já descobriram que árvore é aquela, da Dona Teresinha?

Ela é da família Myrtaceae, possui frutos comestíveis e muito saborosos (posso garantir) e são bons para o estômago. Esses frutos são procurados por várias espécies de pássaros e a arvore pode ser empregada em reflorestamento mistos, destinados a recomposições de áreas degradadas.


O nome científico é Plinia edulis e popularmente é chamada de Cambucá. Árvore com altura média entre 5 e 10 metros, folhas simples de 12-17 cm, flores pequenas e brancas, presas diretamente ao tronco e galhos, como nas Jabuticabeiras.


Frutos redondos, amarelos quando maduros, com 4-7 cm de diâmetro, polpa amarela comestível e sabor semelhante ao da jabuticaba. Uma ou duas sementes por fruto, com cerca de 2 cm, as sementes tem boa germinação, apesar de lenta.


Quando voltei para casa, os cambucás fizeram sucesso. Minha esposa e seus irmãos já conheciam a fruta, da época de sua infância, mas há muito tempo não a saboreavam. Meus sobrinhos nunca tinham visto, mas também gostaram.


Guardei com cuidado as sementes dos cambucás que tocaram para mim. Serão plantadas em Rio Claro, RJ - quando eu voltar dessa viagem. Não sei se terei tempo de vê-los florescer, mas se não tiver, outras gerações,  com certeza, irão aproveitá-los.

Algumas imagens foram retiradas do site: http://www.achetudoeregiao.com.br/arvores/cambuca.htm

2 comentários:

  1. Amigo Winckler,

    que beleza de visita,hein?
    Maravilha de postagem,com belas fotos das caixas e dos meliponicultores,..e essas frutas?Fiquei com vontade de provar uma,mas deu pra perceber que são muito apreciadas...

    Abraço.
    Paulo Romero.
    Meliponário Braz.

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  2. Moro em uma casa com um grane e arborizado pátio. Tenho algumas caixas de Jataís e Mandaçaias. E também tenho um pé adulto de cambucá. É uma árvore da mata Atlântica que está em risco de extinção. No início do século passado era muito apreciada e conhecida dos brasileiros, mas os esmatamentos e a demora para que novos pés frutifiquem, fizeram com que a árvore quase desaparecesse. Hoje são raríssimos os brasileiros que podem saborear um cambucá. Abraços.

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