Todas as postagens desse blog, são de inteira responsabilidade do colaborador que a fez e refletem apenas a sua opinião.
Caso você tenha interesse em colaborar com esse Blog, por favor, envie uma mensagem para redator@ame-rio.org

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

BICHO FEIO NO MUTRE: QUEM CONHECE ?

Amigos da AME-RIO,

Observando as flores do mutre, sempre muito visitadas por abelhas e borboletas, hoje encontrei foi esse inseto bastante estranho.
Alguém o conhece?

Pedro Paulo Peixoto
Ex Presidente da AME-RIO



Humor com abelhas

Olá amigos,

Estive fora do ar por algum tempo e voltei sem novidades, de modo que para não deixar de fazer uma postagem hoje resolvi apelar para o humor, mas foi muito díficil achar anedotas sobre abelhas sem ferrão, então resolvi apelar para as Apis mesmo.
Foi o que deu por hoje.

Uga,
José Halley Winckler


O menino foi pescar de barco com o pai. Depois de meia hora, ele chega em casa com o rosto inchado e chorando.
A mãe pergunta:
— O que foi isso, meu filho?
— Foi uma abelha, mãe.
— E ela picou você?
— Não. Não deu tempo, o papai matou ela com o remo.



Uma mulher foi picada no rosto por abelhas e teve que ir pro hospital, com o rosto todo inchado. No terceiro dia, o médico vai ao quarto dela, examina seu rosto e diz:
— Tenho boas notícias pra você.
— Já estou boa, doutor?
— Quase. Suas rugas já estão voltando...



Joãozinho! — grita a professora, quando o garoto entra na sala — Por que você não veio à aula ontem?
— É que uma abelha me picou, fessora!
— Ah, é? Onde?
— Não posso falar, fessora!
— Tá bom! Então vá sentar!
— Também não posso, fessora!



quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Como as abelhas se comunicam?

.........

As abelhas escolhem as flores que vão visitar?

Devemos considerar a enorme variedade de tamanho, forma do corpo e possibilidades de vôo das mais de 20.000 espécies de abelhas que existem no mundo. Estudos de avaliação de fauna de abelhas do Brasil (onde se estima a presença de 3000 espécies de abelhas) e as flores que visitam têm sido feitos nos últimos 35 anos, de modo que temos já cerca de 65 levantamentos realizados com metodologia padronizada em várias regiões do Brasil (Pinheiro-Machado 2002). Neles encontramos dados sobre a visita de abelhas às flores. Baseados nos dados brutos apresentados nestes trabalhos de levantamento de fauna de abelhas, Biesmeijer et al. (submetido) e Biesmeijer et al. (2003), utilizando a técnica de metanálise, compilaram dados de 28 estudos sobre a visita das abelhas sociais às flores, no Brasil, onde o número de abelhas que visita cada espécie de planta estava mencionado. Foi construída uma matriz contendo 72 espécies de abelhas sociais e 1725 espécies botânicas. Os resultados das análises, feitas a partir desta matriz, indicam que as diversas espécies de abelhas mostram preferências intrínsecas por espécies de plantas. Scaptotrigona, Partamona e Melipona são mais seletivas;
Paratrigona é mais oportunista. Apis e Trigona spinipes são supergeneralistas e se sobrepõem nas plantas utilizadas. Bombus, Trigona hyalinata e Nannotrigona são colocadas à parte. Todas as espécies sociais visitam muitas espécies de plantas, mas o tamanho do nicho varia (indicação da diversidade da dieta: número de itens da dieta e freqüência relativa da visita, avaliados pelo índice de Shannon). Estes dados de visita de abelhas às flores nos dão indicação de preferências florais, podendo ser úteis nos estudos de ecologia da comunidade, polinização aplicada e conservação ambiental. Através dos dados obtidos podemos selecionar plantas para monitorar a população de polinizadores (por exemplo, ver Brown and Albrecht 2001). Também podemos selecionar os polinizadores dentre uma lista de visitantes florais, levando em conta questões filogenéticas. Então, mesmo estudando a visita de abelhas às flores em ambientes naturais ou áreas urbanas, este conhecimento pode ser aplicado para diversas finalidades, inclusive na Agricultura.

Assim como as abelhas Apis mellifera (von Frisch 1967; Dyer 2002), as abelhas-sem-ferrão também têm a capacidade de comunicar com precisão umas às outras a localização de uma fonte de alimento. Logo pela manhã abelhas forrageiras saem à procura de boas fontes de alimento; voltam para a colônia com mel ou pólen ou resina, e comunicam às companheiras do ninho onde está a fonte e qual a sua riqueza. Há uma escolha dos recursos a serem explorados, de modo que as abelhas visitam continuamente um ou mais indivíduos da mesma espécie de planta durante algumas horas, o que auxilia e possibilita a fertilização cruzada. Os mecanismos de comunicação variam nas espécies de meliponíneos estudadas até o momento.

Em abelhas do gênero Melipona, sabe-se que os sons constituem-se em um componente importante da comunicação, estudado em diversas espécies do gênero (Esch et al. 1965; Hrncir et al. 2000; Aguilar and Briceño 2002; Nieh et al. 2003c). Os sons emitidos pelas abelhas campeiras, ao retornarem ao ninho e oferecerem seu alimento às companheiras de ninho, estão relacionados com a qualidade da fonte alimentar e há fortes evidências que também indiquem com precisão a distância da mesma (Nieh et al. 2003c), embora ainda exista polêmica sobre essa última afirmativa (Hrncir et al. 2000; Aguilar and Briceño 2002). Ainda não se conhecem os mecanismos que as abelhas desse gênero utilizam para comunicar a direção da fonte de alimento.

Recentemente, descobriu-se que a capacidade para comunicar a altura da fonte de alimento varia nas espécies do gênero Melipona, e provavelmente tem relação com o hábitat de origem das mesmas. A abelha Melipona bicolor, assim como Melipona panamica (Nieh and Roubik 1995), tem a capacidade de comunicar a altura da fonte de alimento quando ela está na altura do dossel (assim como a distância e direção), enquanto que Melipona mandacaia não tem essa capacidade. Melipona bicolor é uma espécie originária da Mata Atlântica, cujo dossel pode alcançar mais de 15 metros de altura, enquanto que Melipona mandacaia é nativa da Caatinga, uma mata com altura de dossel significativamente menor (Nieh et al. 2003b).

Já em abelhas do gênero Trigona pouco se conhece sobre os mecanismos intracoloniais que as operárias utilizam na comunicação de fontes de alimento, mas sabe-se que elas utilizam trilhas de cheiro para indicar às companheiras de ninho a direção da fonte. Em Trigona hyalinata as operárias são capazes de chegar em grande número e expulsar qualquer abelha competidora da fonte de alimento. Elas utilizam trilhas de cheiro que têm a função de permitir que as operárias cheguem com precisão à fonte alimentar, embora a trilha não cubra toda a distância do ninho à fonte. Nessa espécie e em Scaptotrigona aff. depilis (Schmidt et al. 2003) a trilha só cobre uma parte da distância, sendo mais presente na própria fonte (Nieh et al. 2003a), diferentemente do encontrado anteriormente em T. spinipes (von Frisch 1967), onde a trilha cobriu a distância total do ninho à fonte.
.......



Bem, se por acaso passou pela cabeça de alguém que o texto acima poderia ser meu, informo que não é. Esse texto foi retirado de um trabalho da Dra. Vera Lúcia.


Dra. Vera Lucia Imperatriz-Fonseca, em sua conferência sobre As abelhas e seus impactos nas propriedades rurais, no 10º Congresso IberoAmericano de Apicultura.
Foto do Site da Apacame.

Departamento de Ecologia; Instituto de Biociências da Universidade de S. Paulo
Rua do Matão, travessa 14, n. 321. CEP 05508-900. S. Paulo, SP, Brasil

Clique no nome do Artigo para baixá-lo na sua integra, versão em PDF. Com certeza, vale a pena ler esse artigo.

Esse trabalho foi apresentado no 1º Congresso Brasileiro de Meliponicultura, em Natal/RN em 2004, junto ao XV Congresso Brasileiro de Apicultura.

Mas na verdade o que eu estava procurando, era alguma coisa sobre a abelha Melipona panamica, cuja foto foi publicada no site Meliponas da Nicarágua, na segunda feira passada. Eu gostei muito da Jicote Cacao, como é chamada popularmente e tentei aprender um pouco sobre ela.


Não encontrei muita literatura sobre essa abelha, só sei que é uma abelha pouco populosa, enxames entre 500 e 800 abelhas adultas, boa produtora de mel, que é de excelente qualidade. O seu território se estende do Brasil, norte da floresta amazônica, até a Guatemala.

Foi uma das abelhas estudadas por Roubnik, pesquisador americano que se especializou em zumbidos de abelhas, quer dizer, estudou a importância dos sons na comunicação das abelhas. Roubnik já apareceu em nosso Blog, numa foto junto com grandes mestres de nossa Meliponicultura.
João Camargo, PNN, Pd. Moure e Roubik

Parece que foi Roubnik que descobriu que a Melipona panamica, assim como a nossa abelha Melipona bicolor, têm a capacidade de transmitir às suas companheiras a posição exata de uma fonte de alimento ou resina.

Também encontrei uma matéria com David Ward Roubnik nos arquivos do “Scientific  American Frontiers”, onde ele e seu colega James Nieh, nos falam mais sobre a comunicação das abelhas.
 

Clique nas Imagens para abrir o artigo.

Uga,
José Halley Winckler

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vamos ao APIMONDIA, na Argentina?





Vocês sabem o que é APIMONDIA?



O quê?
APIMONDIA é uma organização internacional, fundada em 1949, que visa unir os apicultores e promover a cooperação mútua entre as associações de apicultores, instituições científicas e todas as pessoas comprometidas com a apicultura, em todo o mundo.

Como?
Através de um Congresso Internacional, com fins de promover e gerar o desenvolvimento da apicultura e no qual todos os integrantes do mundo apícola se reúnem de dois em dois anos, em diferentes partes do globo.

Quem?
Em cada Congresso Internacional os apicultores, os empresários, os cientistas, os fornecedores de insumos e equipamentos, os importadores, os exportadores e o público em geral, têm uma oportunidade excepcional para trocar produtos, conhecimentos e informações científicas, técnicas, ecológicas, sociais e econômicas de cada região apícola mundial. 

Por quê?
Estes Congressos Internacionais foram projetados para o crescimento e fortalecimento da apicultura em todo o mundo. A premissa que mobiliza esses encontros é que todos os apicultores tenham acesso à informação qualificada e avançada para a resolução de problemas e melhorias na produção de suas colméias. Todos sabemos o quão importante é podermos contar com informação válida e eficiente na hora de pensar na nutrição e sanidade de nossas colméias.
Também é importante conhecermos os melhores métodos de comercialização daquilo que produzimos no e a oportunidade de conseguirmos um grande agenda de contatos. 

Quando?
Este ano a Argentina vai sediar o 41 º Congresso APIMONDIA, ele ocorrerá de 21 a 25 de Setembro de 2011 e quem quiser ainda pode participar das visitas técnicas de 26 a 27 de Setembro.

E daí?
Daí que, é de suma importância para todo o setor apícola, assistir a estes eventos. Esta edição na Argentina se destaca ainda mais, já que até agora, apenas dois outros congressos ocorreram na América Latina!!!

E o que temos a ver com isso?
Bem, enquanto não conseguirmos criar o "ASFMONDIA", o grande Congresso Internacional, que reúne criadores e estudiosos de abelhas, incluindo as nossas abelhas sem ferrão é o APIMONDIA.

O nosso presidente, Pompílio Viera de Souza, está convidando os associados e amigos da AME-RIO a se integrarem na caravana carioca que vai participar desse grande Congresso. Abaixo está sua carta convite, encaminhada para nossos associados e amigos.


Se você não estiver conseguindo ler, clique em cima da carta para ver a imagem com uma melhor resolução.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Transferência de Mandaçaia Silvestre em Paty do Alferes

Bem, hoje vou contar uma verdadeira aventura pela qual passei com minha família meliponicultora. Fui chamado por um novo amigo que fiz através desta maravilhosa atividade, que é a meliponicultura.
Este novo amigo, conheci através do ABENA, em um pedido de socorro do nosso abenalta Heráclito.
Estava lá, em uma das mensagens postadas por ele, uma solicitação para quem estivesse perto de Paty do Alferes, e que pudesse ajudar seu companheiro Luiz Carlos, se manifestar. Informei que sou frequentador assíduo de Paty de Alferes, e me ofereci em ajudar no que estivesse ao meu alcance.
Apresentações feitas, entrei em contato com o Luiz Carlos, e convidei-o para conhecer uma de nossas reuniões na AME-Rio. Entusiasmado, ele não só compareceu na logo seguinte que ocorreu, como presenciou a ultima etapa do curso do PPP: a aula de divisão de mandaçaia.
Daí para frente foram muitos telefonemas e trocas de informações. Sou iniciante ainda, mas o que eu tenho aprendido fui passando para ele, e acho que ele também se apaixonou pelas nossas abelhas nacionais.
Assim, fui surpreendido por um convite inusitado do Luiz Carlos em um de seus telefonemas. Me disse ainda que em uma propriedade perto dele estavam para eliminar um tronco com abelhas, pois a propriedade estava paulatinamente sendo transformada em área de plantação de eucalipto. Mas que ele tinha conseguido resgatar o tronco já ceifado.
Bem ..., e o convite de que falei ?! O convite era para ajudá-lo a extrair o enxame do tronco e colocar em uma caixa racional.
Adivinhem de que era o enxame ..... MANDAÇAIA !!!
Preveni-o de que eu era iniciante, mas dizem que em terra de cego, quem tem um olho é rei, e com aquiescência dele resolvemos aceitar o desafio. E fomos eu, Sandra e Mayara para Paty do Alferes.
O local como podem ver é bem tranqüilo, diria uma extensão da Paz .....

O terreno dele tem na frente uma mata nativa, do lado outra mata, bem ... o que não falta é pasto natural !!!!!!
Este aí em baixo é o Luiz Carlos, que quando chegamos já estava preparando uma caixa para as bichinhas ....
Este é o tronco onde estavam as mandaçaias. A entrada era na parte de cima. O tronco é todo oco por dentro, com pedaços podres no miolo.
Reparem que a entrada fica em uma posição elevada e isolada, e na mesma imagem, logo abaixo da entrada desce um tubo de geoprópolis em curva, voltando para perto da superfície do tronco e depois sumindo para dentro do oco, onde se encontra o ninho.
Pela entrada pode-se notar que ra um enxame estabelecido a bastante tempo. Adorei verificar e aprender na minha parca visão de iniciante o cenário em que se encontra um enxame nativo, in loco. Posso adiantar aqui, que este enxame era valente, pois encontramos, depois de aberto, vivendo em comunhão uma lagartixa com dois ovinhos, um ninho de formiga e seus respectivos ovinhos, e muitas aranhas. Tudo que um meliponicultor não adoraria ver perto de suas caixas !!!!
Pensei que certamente ia ter gente do ABENA com espingarda para dar tiro nesta fauna vizinha e tão rica !!!
Mas, antes de começar precisamos terminar a caixa, que foi feita com madeira de 4 centimetros de espessura. São "restos" de uma marcenaria que o Luiz Carlos costuma colecionar para casos como este. Ajudei-o a marcar, serrar, pregar e a fazer as travas com arame de aço de cerca.
Fala sério ! Ele me deu uma aula de marcenaria ! Não só para mim como para toda a família que assistia ao passo a passo de como fazer um caixa.
A caixa no final ficou com uma base quadrada com + ou - 18 cm de lado, na parte interna.


E como tinhamos prevenidamente uma garrafa de geoprópolis de mandaçaia dissolvido em álcool, passamos bastante por dentro de toda a caixa e deixamos secar ao sol.

Por final, me lembrei da lagartixa e resolvemos colocar uma dificuldade para elas não voltassem a incomodar as abelhas na nova casa !! Uma latinha de Atum !

Parada para o almoço que ninguém é de ferro !! E que almoço !! Galinha caipira, ovos caipiras, feijãozinho, arroz, salada da horta, e tudo feito em um fogão à lenha do amigo Luiz Carlos. Se algum dia tiver outra oportunidade fotografo e mostro o engenhoso fogão à lenha com forno compartilhado.
Partimos com força total para cima do troncão com as senhoras mandaçaias que nos esperavam inocentemente sob as sombras de umas árvores. Mal sabiam elas o que aconteceria !!! (nem nós)

Na primeira pancada nada, na segunda nada, na terceira uma revoada de mandaçaias tomou tudo por perto, sairam enraivecidas, mas como não podiam fazer muito, acabaram se debandando e deixaram a área de trabalho quieta para a nossa invasão.
Marreta, marretinha e marretão ! Formão, cunhas, picareta. pé de cabra ! ! E tudo que tinhamos direito !! O tronco parecia podre por dentro, mas por fora era duro feito aço !!
A fotógrafa oficial não estava presente. Se interessou em explorar o galinheiro, chiqueiro, horta, lago, e nos abandonou.

Assim as filmagens a seguir não estão muito boas mas dão para ter uma idéia de como foi duro !!! Tão duro que não temos as fotos finais da aventura, pois no lesco-lesco da empreitada a máquina fotogràfica caiu e parou de funcionar. Mas vocês vão ter uma boa idéia com as imagens que conseguimos salvar. E depois voltarei lá para tirar mais fotos !!



A cobra fumou, ou melhor até a moto serra nova fumou !!
O tronco era um osso duro de roer, e depois dessa achei que só acharia restos dentro do tronco.
Desanimei ... Mas como não tinha remédio, tinhamos que continuar agora até o fim e ver o que tinha sobrado dentro daquele oco duro..



Mas a moto serra não foi suficiente, tivemos que partir para a pedagogia barata.
Pensava somente na rainha que a essas alturas já devia estar morta ou longe dali.



Finalmente foi saindo a primeira lasca que iria expor o ninho das mandaçaias ... !!


Ajuda de um pé de cabra ....



E então aparece o ninho !!! Para quem gosta, acho que nesta foto já dá para identificar o espaço do anel nascente que estava quase que completamente eclodido. Aqui não dá para ver bem, mas o ninho tinha quase que duas torres de discos. Provavelmente adaptando-se ao espaço irregular do miolo do toco.


É hora de entrar em ação minha providencial Bomba Coletora de Mel (modelo manual), para limpar os potes de mel que começavam a aparecr e assim não afogar as abelhas lá dentro .
Mas será que depois de tanto barulho, pancada, vibração, fumaça ainda havia alguma abelha lá dentro ?



Esta não foi só a hora de tirar o mel, foi neste momento que descobrimos ovos de lagartixa, um enorme ninho de formigas pretas cheio de ovinhos. Acho que a temperatura e umidade eram realmente ideais para tantos ovos de spécies diferentes !!!



Analisando melhor o ninho por dentro também encontrei varias colônias super lotadas de pequenos besourinhos. Os mesmos que se encontram dentro das caixas racionais.
Acredito que para aparecerem também nas caixas racionais, as abelhas devem trazê-los em suas patas durante o trabalho em campo.

Na imagem abaixo dá para verificar a torre desencontrada de discos, e os potes de mel naturalmente acima do ninho.


Na próxima imagem pode-se ver melhor a última linha de células penduradas do anel nascente.

Recolhe-se cera para servir de cama na caixa racional para onde vão os discos.
É bom salientar que a coleta de cera (tanto das lamelas, como dos potes já sem mel) foram muito úteis. Esta cera foi logo derretida em banho maria junto com mais cera de apis para manufatura de placas de cera novas que iriam cobrir o ninho na nova caixa.

Esta técnica eu aprendi em uma aula prática dada pelo Sr. Walter Gressler, lá na AME-Rio. Foi de extrema importância neste momento: Fizemos várias plaquinhas de cera e potes de mel já com cheiro de mandaçaia.


Saem os primeiros discos em um conjunto único.


E fica o espaço vazio :


Depois sai o segundo bloco de discos :




Agora infelizmente não tenho mais fotos pois a máquina tomo um tombo e pifou, mas mesmo sem imagens contarei o resto da aventura :

O grande nervosismo era em relação a Rainha, pois haviam muitas abelhas escondidas por dentro das lascas do oco. eram como caminho naturais escavados na madeira por cupins, e elas estavam todas lá dentro.

Com o sugador de abelhas adaptado pelo Oderno, fomos colhendo muitas abelhas e jogando dentro da caixa, mas onde stava a rainha ?

Para surpresa nossa já estava dentro da caixa inteligente. Ela foi para lá junto de um torrão de geoprópolis que coloquei direto dentro da caixa, pois estava com uma bola de abelhas.

Depois, notamos que as abelhas começaram a se dispersar e mexendo mais uma vez no tal torrão vimos a rainha bem lá no fundo do torrão ainda com algumas abelhas por cima dela. Rapidamente colocamos o torrão de volta na caixa. Cobrimos os discos com laminas de cera recem fundidas com cera de apis e potes de mel da própria mandaçaia.

Providenciamos a armadinha de forídeos feita de vinagre de maça, e a caixa ficou sobre o tronco até anoitecer.

Depois que a noite caiu lá no tronco devia haver mais umas 300 abelhas amontoadas. Mas uma vez o aspirador de abelhas feito com insulflador de colchão entrou em ação. As abelhas foram parar dentro da caixa e a caixa para outro local.

Já no dia seguinte, o Luiz Carlos abriu a tampa para fazer uma vistoria e colocar em um alimentador interno o próprio mel que recolhemos dela. Ele me relatou que as lamelas já estavam sendo feitas entorno do ninho e a tampa já estava toda soldada.

Muito trabalho de campeiras e mais nenhuma abelha perdida no local do ninho antigo.

Heraclito pode ter certeza que seu amigo Luiz Carlos vai se tornar um grande meliponicultor e defensor da natureza. Ainda acho que deva se tornar um exemplo multiplicador e disseminador lá na região de Paty do Alferes - RJ.

Obrigado ao Luiz Carlos por me dar uma oportunidade única de aprendizado e um fim de semana diferenciado com minha família.

Abração em todos,
Medina

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Primeira reunião da gestão Pompílio.

Associados da AME-RIO e Internautas,

Nesse sábado aconteceu a primeira reunião mensal de associados, da nova gestão de nossa Associação.

Para um mês de fevereiro, com muita gente em férias, o quorum foi bem razoável, compareceram 23 associados. Outros 4 fizeram questão de ligar, explicando sua ausência.

O Pompílio fez questão de abrir a reunião explicando, que todos tem que se lembrar, que a reunião de eleição já passou e que agora só daqui a dois anos. Portanto não tem mais porque existir qualquer divergência entre os que votaram em chapas diferentes. Não existem mais eleitores de A ou B, mas apenas associados da AME-RIO e todos vão ser tratados da mesma forma, por ele. Também disse que espera a mesma atitude de todos os outros associados.

Provavelmente o nosso diretor secretário deve nos apresentar uma prévia da ata da reunião, mas vou me adiantando e postando algumas fotos do evento.

Uma das coisas mais importantes dessa reunião, foi a criação de uma comissão de associados, para montar uma apresentação sobre meliponicultura, que possa ser apresentada em escolas.

Fiquei muito contente em ser um dos indicados para essa comissão.

Ah, a próxima reunião será no dia 19 de março, na sede da associação em Guapimirim.

Um abraço,

José Halley Winckler








FAZENDO MUDAS DE MUTRE: AS ABELHAS VÃO DE PRESENTE

Amigos da AME-RIO e Internautas,

Hoje vou mostrar para vocês a técnica de reprodução de mudas por "Mergulhia".

É uma técnica de reprodução bastante parecida com a "Alporquia", que já mostrei para vocês no ano passado, na postagem:

A diferença pra alporquia é que nela  o substrato envolve o ramo, bem embrulhado, e na mergulhia o substrato é colocado em cima do ramo, desse modo o ramo parece que mergulha no substrato.

E desta maneira , não se perde uma muda sequer, nem as flores caem... melhor que isto, só levando junto as abelhas que freqüentam o nosso minúsculo jardim.
Na mergulhia, você pode usar um vaso, ou fazer a mergulhia direto na terra.

Pedro Paulo Peixoto
EX-Presidente da AME-RIO



Para fazer a Mergulhia, você pode usar vasos ou fazer a mergulhia direto na terra.

A planta a ser multiplicada precisa ter ramos flexíveis.

Basta dobrar o galho dentro do vaso e cobrir com terra preta e areia.
As folhas que ficariam soterradas devem ser retiradas, eu costumo colocá-las no fundo do vaso.

O galho continua íntegro na planta mãe, não é separado dela.

Das modalidades de multiplicação, esta me parece ser a mais fácil e eficiente.

A terra dos vasos deve permanecer sempre úmida, mas nunca enxarcada.