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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A melhor caixa... esse assunto vai longe...

Hoje em dia, cada vez mais um grande número de pessoas se envolve com a criação de abelhas nativas. Em todos os estados são formadas novas associações e grupos de meliponicultores. Mais e mais as abelhas ganham as nossas Universidades e Instituições de Pesquisas. Hoje o Brasil é referência em Meliponicultura, tanto no aspecto prático, quanto científico. E enquanto, cada vez mais, aprendemos sobre abelhas, tem uma pergunta que, cada vez mais, tem um número maior de respostas, quer dizer uma pergunta em que cada um escolhe a sua resposta.

Qual a melhor caixa para as minhas abelhas?

Os índios já as criavam em cabaças, troncos ocos e mesmo em vasos de cerâmica. Vieram os colonizadores eou copiaram os índios ou copiaram os cortiços que usavam para abelhas Apis. Depois os pesquisadores e práticos passaram a observar os ninhos na natureza e tentar aprender qual o seu tamanho ideal, em altura, largura, comprimento. E passamos a tentar reproduzir em madeira os ocos naturais, com suas reentrâncias e tudo, é claro que não era uma reprodução completa, pois para maior praticidade na fabricação precisávamos trabalhar com a madeira já aparelhada, e os ninhos que antigamente encontrávamos em cavidades semi-esféricas, passamos a instalar em "cavidades", cúbicas, - CAIXAS.
E cada criador passou a tentar aperfeiçoar a suas caixas, uns limitavam a altura, outros limitavam a largura da caixa, outros o comprimento. Então começaram a aparecer as caixas cúbicas ou quase cúbicas, as caixas que mais pareciam uma torre, outras caixas eram compridas, mas de baixa altura e pequena largura, tentando imitar um oco em galho horizontal. Depois tentaram separar área de postura da área de depósito de mel e pólem, depois resolveram subdividir as áreas de depósito, para facilitar a colheita e impedir as abelhas de fazerem potes colados sobre outros potes.
Depois resolveram dividir as caixas em várias alças ou seções, para facilitar a divisão do ninho e vai por aí, cada um mostra-se mais propenso a utilizar uma ou outra caixa, dependendo de qual o seu interesse com as abelhas, colher mel, colher cera ou própolis, colher pólem, multiplicar, observar as abelhas para pesquisa, utilizar para ensino de novos meliponicultores etc etc...
Temos uma quantidade enorme de espécies de abelhas, cada uma com a sua característica de tamanho do ninho e com relação ao forrageamento e armazenamento. Então cada espécie de abelha pode ter várias caixas, cada uma se adequando de uma forma melhor ou pior em relação as atividades que o meliponicultor pretende  exercer.
Depois passaram a se preocupar com a manutenção da temperatura no ninho e dependendo de cada região, um tipo de caixa ou um tipo de revestimento foi sendo criado. Hoje já temos tantos tipos de caixas e de revestimento que tem aqueles que dizem que cada meliponicultor tem a sua.
Pode até ser exagero, mas uma coisa eu tenho certeza, se cada um não tem a sua caixa, cada um já pensou em modificar um pouco a que está usando, para que ela ficasse mais adequada ao seu modo de trabalhar e aos seus interesses.
Mas esse papo todo é apenas um preâmbulo para a matéria de hoje.

Nosso Blog a toda hora fala em caixas para abelha, inclusive o prêmio de nossa primeira promoção foi uma caixa para mandaçaias, modelo "Inteligente", de nosso presidente Pedro Paulo e fabricada pelo nosso amigo Walter. 
Olha o Pedro Paulo aí, entregando a caixa para João Luiz, criador de capixabas, ao lado o Walter. Não, o João Luiz não foi o ganhador do prêmio de nossa promoção, quem ganhou foi o José Roberto, mas como ele não pode comparecer para receber o prêmio, o João Luiz o representou. E gostou tanto da caixa que comprou uma para ele.

Nosso amigo Carlos Ivan participou de um curso em Mangaratiba onde apresentaram uma caixa com a frente em cimento de vermiculita, aí  resolveu construir a "Inteligente" em  matérial alternativo, ficou muito interessante, ganhei uma e este mês prometo fazer uma divisão de mandaçaias para testar a caixa do Ivan. Vejam a matéria do Ivan: Caixa racional de vermiculita. e do Medina: Quem sabe faz ao vivo!, sobre a caixa em vermiculita.

Em matéria recente, nosso amigo australiano, Robert Luttrell, nos brindou com uma foto de uma caixa muito interessante, criada por um conterrâneo seu,  Alan Waters.
Na matéria de ontem nosso amigo Reginaldo Webster mostrou como se faz uma divisão utilizando caixas INPA.
Nosso vice-presidente, Gesimar, trouxe um brinquedo novo em sua última viagem aos states e agora todo o tronco ôco que encontra transforma em moradia para abelhas, parece que é só cortar uma fatia e colocar um fundo e uma tampa, uma hora dessas ele nos brinda com uma matéria, mostrando como se faz "uma tranferência de caixa racional para o tronco".
   
O Jean Carlos, pegando a deixa do Gesimar resolveu mostrar o que é criar abelhas no tronco e enviou para o grupo ABENA, algumas imagens da "Caixa natural Zukenalli" um trabalho de arte do preservador de ASF catarinense, para abrigar suas abelhas nativas.
Podemos observar que são do tamanho exato da colônia.

Mas o que me deixou impressionado foi a habilidade de nosso amigo Carlos Alexandre Junkes na construção de suas caixas, o Carlos Alexandre não gosta de tábuas, como o Gesimar e o Zukenalli, o negócio dele é construir caixas a partir de troncos:
Primeiro ele descasca o tronco
Já fazendo os quatro lados.
Depois em um outro pedaço do tronco faz um corte em diagonal até o meio
E a mesma coisa do outro lado.
Vocês notaram o tronco quadrado embaixo?
Foi preciso fatiar ele.
Para a caixa ficar pronta!
Vocês já imaginaram esse cara solto numa floresta com esse brinquedinho?
Quer dizer, a caixa ficou pronta por fora, agora vem a parte mais trabalhosa.
Será preciso furar cada uma das alças com uma furadeira
E depois vão ser trabalhadas com o formão.
Aí viram alças mesmo e a caixa está pronta.

Caixa para Jataí.
Pronta






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