ABELHA… CERA... A COBRA GRANDE - TUCUMÃ - O SURGIMENTO DA NOITE
No início não existia a noite. Quer dizer, existia a noite, mas ela pertencia a uma enorme serpente, que a mantinha no fundo das águas.
Um dia a filha da serpente se casou, mas sem a noite, não conseguia consumar o casamento. Então, exigiu que viesse a noite, sem a qual não poderia se deitar.
O esposo então enviou três mensageiros para que a trouxessem. A serpente, senhora da noite, recebeu-os com indiferença. Mesmo assim, entregou-lhes um côco de Tucumã, lacrado com cera de abelha, dizendo-lhe que ali estava o que vieram buscar.
Não deveriam entretanto abri-lo, pois a noite poderia escapar. Na volta, os índios perceberam que do côco saiam ruídos de sapos e grilos. Um deles, o mais curioso, convenceu os companheiros a abrirem o fruto. E assim o fizeram. Logo que derreteram a cera, a noite saiu através do coco, escurecendo o dia.
A filha da serpente aborreceu-se, pois agora ela deveria descobrir como separar o dia da noite. Desta forma, ao surgir a grande estrela da madrugada, criou o pássaro Cujubim, ordenando que este cantasse para que nascesse a manhã. Em seguida, criou o pássaro Inhambu, que deveria cantar à tarde, até que viesse a noite. Criou ainda os outros pássaros para alegrar o dia, diferenciando-o da noite.
Aos mensageiros desobedientes, lançou toda a sua ira, transformando-os em macacos de boca preta -devido à fumaça - e risca amarela – pela cera derretida. Assim, a filha da serpente pôde finalmente se deitar e todos os seres puderam dormir.
Vocês entenderam? A diferenciação entre o dia e a noite só foi possível de ocorrer porque a serpente prendeu a noite em um côco e fechou com cera de abelha, se não tivesse abelha, não teria cera e até hoje ninguém saberia quando era dia e quando era noite. E aí não existiriam os pássaros para alegrar o dia.
Pode até não ser isso que essa lenda quis falar, mas... sem abelhas... sem plantas... sem plantas.. sem pássaros... sem pássaros... sem nada....
Tucumã - O Surgimento da Noite
Lenda que se funde ao mito, ao início de tudo, princípio da vida e dos encantamentos do mundo, quando tudo falava: o sol, as plantas, os animais e, até mesmo a chuva. Mas não havia noite -- que a Cobra Grande roubou dos homens... Também não existiam os pássaros... somente desafios e segredos ainda a serem vencidos pelas tribos e pela coragem de Arutana.
CD - Roda de Histórias
Narração: Vanessa Castro
Trilha Sonora: João Cristal
Coordenação de Produção: Lela
Financiado pelo Fundo de Cultura da Prefeitura de Santo André (2002)
Contatos: (11) 4991.7344
vanessacoliveira@hotmail.com.
Retirado do documento:
Mitos Indígenas - Texto informativo sobre mitos e lendas dos índios brasileiros
Mitos Indígenas - Texto informativo sobre mitos e lendas dos índios brasileiros
Meu amigo Winckler,
ResponderExcluir...como você já deve ter percebido,eu sou aquele cara que vivi na cidade grande,mas,que jamais perderá sua alma interiorana,de matuto,de homem do campo...,por isso,eu adoro essas histórias das florestas,animais,rios,índios...,enfim,essas histórias são as minhas histórias,pois me sinto parte dessa natureza selvagem e tão ameaçada...
Um abraço.
Paulo Romero.
Meliponário Braz.
João Pessoa,PB.