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terça-feira, 29 de junho de 2010

Um alimentador que nem Freud explica.

Abenautas e Associados da AME-RIO

Depois do Congresso em Cuiabá, finalmente conseguimos fazer a reunião mensal da AME-RIO, prevista para Junho de 2010. Dia festivo. dezenas de pessoas, todos meliponicultores, associados, abenautas, visitantes.... enfim, uma bela "confusão".

Começando pelos mais de 20 carros, mal estacionados....no amplo local, que guarnece o meliponário-escola.
Com todos já sentados, foram dadas as boas vindas pelos diretores e as atividades começaram.
Esse que esta em pé, batendo a foto é o Flauhaben, nosso associado, que trouxe duas colônias de jataís que participaram de manejos pelo grupo. O Wilson Pinho, cientista, professor e meliponicultor adquiriu o boné abena, vendido a preço de custo, já pensando em aproveitá-lo na torcida pela Hexa do Brasil. Ao seu lado temos o Gesimar, sentado, e o Antônio Dórea, meliponicultor que possuí várias mandaçaias, uruçus amarelas e scutellaris. Em pé estão os nossos três fotógrafos, o Flauhaben já vimos anteriormente, faltou mencionar o José Winckler e o Carlos Ivan, este profissional do jornal O Globo. 
Enxame de mandaçaias, trazido pela abenauta Iris, de Petrópolis, enxame muito fraquinho, que foi adquirido pela associada há aproximadamente dois meses. Abrimos o invólucro e, vejam, será necessário dar um disco de cria nascente e mais um pouco de cera de invólucro, para tentar salvar a colônia. 
"Esta figa", que aparece na foto, é bem interessante pois, é um "candi alimentador", feito de mel e farinha de soja. Realmente, foi comprovado que as abelhas o estão roendo. Apesar disto os potes de mel estão vazios, vamos tentar, além dessa alimentação sólida, uma alimentação líquida também. Se a Iris não ficar embaraçada com nossa brincadeira, bem que ela poderia nos dar as dicas desse seu "interessante" alimentador, quem sabe possamos aproveitá-lo, mudando seu "formato fálico", naturalmente. 
Enxame forte de Jataí que o Flauhaben trouxe, ele mesmo faz o manejo para o grupo analisar. Uma bela caixa... mas, de pouca eficiência, as gavetas só saíram depois de quebradas. O tamanho do ninho também está mal dimensionado, sua altura reduzida não permite ao enxame adquirir todo o potencial  da espécie, poderia ser um ninho com 18 cm de altura, com uma população pelo menos com o dobro das abelhas e naturalmente mais potes de mel, vejam as fotos abaixo. 
Em agosto o Flauhabem vai transformar esta caixa em "vertical", onde hoje está a melgueira, será o ninho e onde está o ninho, será a melgueira. E as abelhinhas vão sair deste aperto, desnecessário. 
Outra visão da caixa de Jataís do Flauhaben.
Excelente palestra do Wilson Pinho, feita após o almoço, realmente foi bastante interessante, conseguiu manter a atenção de nossos associados, mesmo depois de uma lauta refeição, não conseguimos flagar ninguém dormindo.

Pedro Paulo Peixoto

Presidente da AME-RIO

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Como Virei Meliponicultora

Olá, eu e meus pais fazemos parte da AME-RJ. Vou contar um pouco sobre como minha família e eu conseguimos virar meliponicultores e sobre o que nós fazemos para ajudar as abelhinhas:
Um dia meu pai estava procurando na internet sobre reflorestamento, descobriu a importância das abelhas nativas. Resolveu investigar o assunto e descobriu várias informações sobre elas, bem como da existência da AME-RJ.

Conhecendo a AME-RJ pela Internet, fomos convidados pelo Pedro Paulo para conhecer a sede, e ver como eram as abelhas meliponas e também os enxames.

Cada vez que eu ía na sede da AME-RJ aprendia mais sobre as abelhas meliponas e contava tudo para as minhas amigas da escola.

Tudo que eu aprendia na AME-RJ, contava as minhas colegas e todas falavam que era mentira o que eu dizia, elas insistiam que todas as abelhas tinham ferrão. Até a minha melhor amiga tinha me chamado de maluca (claro, eu sabia que ela tinha muito medo de abelhas, não importava o tipo).

Um dia a AME-RJ convidou todos os associados para um congresso em Casimiro de Abreu, e nós fomos participar. Meu pai ajudou o Pedro Paulo em uma apresentação.


Lá conhecemos mais meliponicultores e informações sobre as abelhas, entre eles o Álvaro que estava dando uma palestra.

Na hora do almoço sentei-me do lado de um associado chamado Álvaro. Ele tinha feito uma apresentação muito boa no Congresso. Comecei a puxar conversa. Ele me contou que era da 10ª CRE do município do Rio, e que também dava aulas sobre abelhas nativas para crianças.
Na hora eu me lembrei das minhas colegas, pensei se com a aula dele elas perderiam o medo. Afinal quando eu conheci as abelhas sem ferrão eu agia que nem elas, mas depois eu fui perdendo o medo graças a atitude de meus pais que me levavam todo sábado para ver e conhecer mais as abelhas nativas.

Expliquei ao Álvaro o que acontecia com minhas colegas e implorei para que ele desse uma aula na minha turma, ele concordou. Mas tive que pedir também ao meu pai e minha mãe, e graças a Deus eles concordaram.

Meus pais combinaram um dia com o Álvaro e com a diretora Nanci de minha escola.

No dia combinado, ele chegou na minha escola com cinco caixas, (Mandaçaia, Jataí, Iraí e outras que agora não me lembro), vários cartazes, potes de mel, própolis e álcool de mel.


Todos de minha turma se afastaram quando viram as colméias, porém aos poucos foram vendo que elas não faziam mal, como eu e o Àlvaro tínhamos falado.


Começaram a mexer e a ficar mais perto. Assim conseguiram perder um pouco do medo, para mim isso já foi ótimo, pois agora não me chamam mais de mentirosa.

A maioria perdeu o medo, e logo começaram a querer ver bem de perto.



O Àlvaro também deu uma palestra sobre as abelhas nativas. Eles ficaram “fixados”, se interagiram com a palestra que ele deu com o data show, é um aparelho super legal. Espero que a aula dele tenha tirado um pouco mais do medo deles.

Olha eu aí ao lado do meu amigo Álvaro.
Meus colegas olhando os cartazes pendurados espalhados pela escola.


No final da aula, quando bateu o sinal da escola, o Álvaro me deu um presentão, uma colméia da Tetragonisca Angustula, mais conhecida como Jataí.

Assim que cheguei em casa com a colméia, comecei me interessar a aprender sobre as abelhas Jataí. Pesquisei e falei com as pessoas que sabiam deste assunto para que eu ficasse mais por dentro.
Aí que eu fui notar que tinha virado meliponicultora e que agora eu faria parte mesmo do grupo da AME-RJ já que lá é uma associação de meliponicultores.


MAYARA

domingo, 20 de junho de 2010

Projeto “Doce Biodiversidade”


Amigos da AME-RIO e Abenautas,

Passeando na internet, encontrei uma matéria que definitivamente chamou minha atenção, principalmente por uma caixa de abelhas recoberta de isopor, assunto bastante discutido nestes últimos dias no Grupo Abena e pelo título da matéria "aulas de preservação". 
Aulas de preservação no Morro do Céu 
O Centro de Educação Ambiental Morro do Céu foi o local de encontro escolhido para debater o meio ambiente. Palestras sobre educação humanitária e o bem-estar dos animais foram ministradas pela ambientalista Zeta Machado. O biólogo Allan Collodeu palestrou sobre a biodiversidade das abelhas nativas.
Em torno de mil alunos do ensino fundamental do município de Criciúma passaram por ali, e a cada visita, uma nova descoberta. “Percebemos que muitos desconheciam certas realidades, informou o biólogo Allan. 
Vídeos mostraram a realidade vivida por animais e plantas. “Eles são seres vivos como nós, não devemos tampar os olhos para esta realidade”, destaca. Eles não só receberam noções teóricas, como também visitaram a mata e puderam observar as abelhas e a importância delas para o ecossistema.
Vejam melhor a matéria na Tribuna Net.

Como eu gostei da matéria, pesquisei mais sobre o Centro de Educação Ambiental do Morro do Céu e cheguei a uma matéria sobre o:

Projeto Doce Biodiversidade”

O CEIPAC (Centro de Estudos Integrados e de Promoção do Meio Ambiente), em parceria com a FAMCRI (Fundação do Meio Ambiente de Criciúma), vem desenvolvendo o projeto de educação ambiental da entidade, chamado "DOCE BIODIVERSIDADE".
Com esse projeto o CEIPAC pretende despertar nos cidadãos a compreensão de suas relações com o meio em que vivem e assim, ajudá-los a construírem uma sociedade melhor.

Por serem seres fundamentais à promoção da biodiversidade no Planeta Terra, o CEIPAC utilizará como instrumento principal as abelhas sociais nativas do Brasil, cultivadas no MELIPONÁRIO instalado no Parque Morro do Céu
.
E o melhor que descobri é que um dos mantenedores do Meliponário e que participou diretamente da idealização do projeto é amigo nosso e foi um dos criadores do ABENA.
Nosso amigo entrou em contato comigo e disse que não tem qualquer interesse em promoção pessoal e preferia não ter seu nome divulgado, portanto, muito a contragosto, retirei o seu nome e todas informações pessoais dessa postagem.

De qualquer forma, obrigado Amigo, continue assim, protegendo e incentivando todos os que querem proteger o Meio Ambiente.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Finalmente cheguei à AME-RIO


Bem, eu já contei prá vocês como o cara me ensinou a fazer uma transferência de Jataís. E também, como ele me apresentou às Urucus amarelas (Melipona Rufiventris.

Jataís, eu comprei duas do cara, mas Urucus amarelas ele disse que só agora estava criando e na época não tinha para vender, mas voltou a me dar o mesmo conselho.

- Não compre abelhas sem aprender a manejá-las.  Tente ler muito sobre elas, nos arquivos do ABENA tem muita literatura e...  aproveite e entre para a nossa associação: a AME-RIO – Associação dos Meliponicultores do Rio de Janeiro.

- Como é que eu faço para entrar, o que é preciso?

- É preciso ter vontade de entrar e gostar de abelhas, dia 12 vai ter reunião, vá até lá que você vai encontrar outros que também querem aprender e principalmente gente que quer ensinar, e pode ensinar.

Depois disso ele me deu o endereço, que é o mesmo que tem no cabeçalho de nossa página e marcamos de nos encontrar lá.

Na chegada tinha uma mesa com bolos, frutas e chocolate quente nos esperando.

Enquanto a maioria estava lá dentro saboreando as delicias que tinham preparado para nós, eu preenchi entreguei minha ficha de inscrição, além das informações necessárias para participar do projeto Urucu Amarela  que por acaso estava sendo apresentado aos associados naquele dia.
Olha eu lá, preenchendo a ficha de associação na AME-RIO
Depois das boas vindas aos associados, o Pedro Paulo Peixoto, presidente da AME-RIO, apresentou o projeto Urucu Amarela e deu uma aula sobre o Ninho de Melíponas, como vistoriar, como abrir o invólucro sem amassar demais o cerume, como reconhecer os discos de cria e seu estágio. Falou sobre Anel Nascente, Disco Mater, Disco Nascente, discos normais, área de postura, etc, etc...
E não é, que eu entendi tudo? Ou achei que entendi.
Tinha bastante gente assistindo e acredito que todos entenderam, ao menos estavam todos com cara de quem estava entendendo tudo. Devem ter entendido mesmo, o Pedro Paulo é um ótimo instrutor.
Ótimo instrutor mas, meio doido, depois de ensinar como vistoriar os ninhos das Urucus, o maluco do Pedro Paulo disse - ... agora que vocês já sabem, vamos lá fazer na prática, cada um pega uma pasta aqui em cima da mesa e vamos lá fazer uma vistoria.
Só pode mesmo ser  maluco esse Pedro Paulo, deixar que gente que nunca tinha visto uma abelha antes fosse abrir as colméias e fazer uma vistoria. De qualquer forma, passei a mão numa pasta e fui.
Olha aí o pessoal descendo para o meliponário.
Vejam só quem mais estava lá, o presidente da AME-SAMPA, se bem que naquele dia ainda não existia a AME-SAMPA, acho que foi dessa viagem ao Rio que o Marco Luz levou para São Paulo a idéia de criação da AME-SAMPA.
Olha o Marco, aí de novo, examinando uma colméia de Urucus amarelas da AME-RIO.
E olhem eu, aí fazendo a mesma coisa, com a colméia 5.
Rapidinho já estava me considerando craque, já estava até dando explicação e medindo ninho a palmo. Coitado de quem estava ouvindo, deve ter ouvido uma porção de abobrinhas.
Olhem aí o primeiro ninho de Urucu amarela que eu abri por conta própria, dia 12/09/2009.
E já fui enfiando a mão no invólucro e abri, sem pena. Mas por isso perdi minha fotógrafa.

Na verdade era minha esposa quem estava fotografando. Até abrir a caixa estava tudo bem, quando ela viu as abelhas, começou a reclamar e quando, na hora que eu abri o invólucro, uma porção de abelhas saiu voando um pouquinho nervosas e zuniram um pouco mais alto em volta da caixa, ela desistiu e saiu de lá rapidinho, não adiantou eu tentar explicar que as abelhas não tinham ferrão. Ela não voltou mais para lá, foi para o carro escutar música.

Depois disso ainda abri bem o invólucro e fiz a vistoria, registrei na pasta, só que não tenho mais fotos desse dia. A câmera acabou ficando no carro.

No final ainda teve uma degustação de méis, inclusive com o mel rosa do Kalhil, participando da prova de méis.

Foi um dia memorável.

Bem agora vocês já conhecem os  dois caras: o Gesimar e o Pedro Paulo, foram eles que me ensinaram na pratica, quase tudo que sei sobre meliponicultura. Depois desse dia, mais o Pedro Paulo, que tinha o Projeto Urucu amarela a seu cargo e eu fiquei direto no pé dele. Em outras postagens, vou tentar mostrar alguma coisa dos treinamentos que o Pedro Paulo me ofereceu. É, até que ele não é maluco, ele sabe ensinar.

Tou mal de instrutor, hein? Presidente e Vice da AME-RIO me ensinando...kkkkk..... e ainda encontrei o,  futuro, atual presidente da AME-SAMPA.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Salvamento de scaptotrigona

Faz um tempo o Ubiratã decidiu salvar estas abelhas
Estavam em Jacarepaguá, Rio de Janeiro
Dificil foi arranjar a motosserra.
Fica fácil descobrir o enxame
Fatia-se o tronco sem aprofundar o corte
Retira-se o alimento com cuidado descobrindo as crias
Faz-se a remontagem na nova caixa
Existindo muitos discos podemos dividir imediatamente
Antigos para uma caixa, novos na outra.... não dava para garantir nada
Nem rainha nem células reais..... depois vemos como vai ficar
A primeira caixa recebeu algumas campeiras e foi fechada para transporte
A cria nova ficou no local recebendo toda a população restante
Muita esperança que a rainha desentocasse e viesse com as nutrizes
Esperamos anoitecer e concluimos os trabalhos

Dois dias depois nada restava andando pelo tronco
Torcemos que as formigas não tenham se deliciado com as novinhas

Os forídeos já estavam se manifestando
Uma semana depois vemos as duas partes, futuramente duas colonias
Vemos descoberta uma cria mais antiga que não foi para a primeira caixa
Os forideos tem sido aspirados e colocamos uma isca com vinagre
Finalmente a alimentação em filete
Bonita entrada, tudo vai dar certo.....

Gesimar

Rio de Janeiro, Junho / 2010