As vezes, bate um sentimento de inveja na gente que é bem difícil de controlar. No dia 10 passado, fiz uma postagem aqui no blog, para apresentar o site do IX Encontro sobre abelhas de Ribeirão Preto e depois enviei uma mensagem chamada para o grupo ABENA, oferecendo como isca uma foto em que apareciam quatro pessoas, entre elas 3 dos maiores mestres da meliponicultura brasileira. João Camargo, PNN e Pd. Moure, a quarta pessoa eu cheguei a confundir com o Kerr, mas alertado pelo amigo Gesimar, resolvi pesquisar melhor e descobri que era um pesquisador do Smithsonian Tropical Research Institute, David Ward Roubik, mais ligado as abelhas solitárias que as sem ferrão, Roubik ainda deve ser discípulo, comparado aos outros três, mas está seguindo seus passos.
João Camargo, PNN, Pd. Moure, Roubik
A minha chamada causou uma pequena troca de e-mails no grupo, com alguns companheiros querendo saber quem eram aquelas pessoas, é claro que o PNN foi reconhecido por quase todos, mas João Camargo e o Pd. Moure não foram prontamente reconhecidos. Talvez por serem mais conhecidos por seus trabalhos de desenho e sistematização. Mas para manter a chamada, não respondi diretamente, avisei que resposta estava na postagem e enviei uma nova fotografia, essa mais histórica ainda. Numa foto de 1951, três jovens sorridentes em início de carreira, na verdade nessa época já tinham iniciado a jornada há algum tempo, e olha que a foto é de quase meio século atrás.
Bem, a inveja bateu mesmo pra valer, quando nosso amigo Cappas disse que esses - Kerr, PNN e Moure - eram seus pais Melipônicos e que tinha privado de suas companhias muitas, bebendo da fonte o seu conhecimento. Cappas ainda nomeou outros quatro pais Melipônicos: a Prof. Vera Lucia Imperatriz da Fonseca, o Prof. João Camargo, a Prof. Carminda da Cruz Landim e o Virgílio de Portugal Araújo, dos quais só não conheceu pessoalmente este último e infelizmente não terá mais como fazê-lo pois também já não se encontra entre nós.
É Cappas, confesso que sou invejoso, como eu gostaria de ter conhecido esse pessoal todo há alguns anos atrás e convivido com eles, como eu gostaria de ter saciado minha sede nesse enorme manancial que você diz ser seus pais melipônicos.
João Pedro Cappas.
O Prof. João Camargo vai ser o homenageado no Encontro sobre Abelhas de Ribeirão Preto, in memoriam, pois infelizmente ele nos deixou no ano passado.
João Maria Franco de Camargo
A Prof. Vera Imperatriz e a Prof. Carminda com seus mais de 40 anos de pesquisa e profícua produção, dispensam qualquer apresentação, mas se alguém ainda não as conhece, estarão presentes, apresentando seus trabalhos e auxiliando na coordenação do Encontro sobre Abelhas deste ano.
Vera Imperatriz e Kerr em primeiro Plano.
Prof. Carminda Cruz-Landim
Já Virgilio de Portugal Araújo eu, de cima de todos o meus pouco meses de conhecimentos melipônicos, ainda não tinha conhecido, mas pesquisando descobri que pode ter sido o responsável pelas abelhas africanas no Brasil. O Kerr, em um entrevista ao jornal "O Mossoroense", disse que Walter Jardim, ministro da Agricultura na época, leu um texto de um escritor português que vivia em Angola, chamado Virgílio Portugal de Araújo, sobre abelhas africanas, cuja produção seria 5 vezes maior que as espécies brasileiras e que, por isso ,o governo pediu a ele, Kerr, que tinha ganho como prêmio uma viagem a África, que trouxesse de lá algumas abelhas. Kerr trouxe 60 rainhas, 15 abelhas fugiram e deu no que deu. Mas isso já é outra história, vamos voltar à nossa.
Eu descobri que na verdade Virgilio de Portugal Araújo foi contemporâneo do PNN e dos nossos grandes mestres, fez muitas pesquisas sobre abelhas, escreveu muito sobre o tema, inclusive três artigos juntos com o próprio Kerr em Luanda, que a pedido do PNN fez uma grande pesquisa sobre os Meliponíneos de Angola, que criou uma caixa para meliponineos africanos, baseada nas caixas do PNN, que em 1975 foi contratado como pesquisador do INPA e lá foi responsável pela criação das caixas INPA 1 e INPA 2, tão conhecidas de nossos meliponicultores. Em 1956 foi o primeiro a descrever a forma de ataque das abelhas Lestremilittas, em 1958 foi o primeiro a alertar sobre a natureza tóxica da Espatódea, tema de discussão muito atual na nossa lista. Virgílio de Portugal Araújo foi, se não a maior, uma das maiores autoridades, em língua portuguesa, fora do Brasil, sobre abelhas com e sem ferrão. Estou certo Mestre Cappas?
Saibam mais sobre Virgilio de Portugal Araújo nas palavras do Kerr: http://www.culturaapicola.com.ar/apuntes/historia/204.pdf e logo, logo, em provável resposta do Cappas, no grupo Abena.
Outro motivo de minha inveja, aparece exatamente na pesquisa angolana de Portugal Araújo, vocês conhecem a abelha "Colo" ou "Ocolo" de Angola?
Em breve vou postar um artigo, onde vocês vão ficar sabendo do motivo de minha inveja.Saibam tudo sobre o IX Encontro sobre Abelhas, diretament no site da USP:
http://www.rge.fmrp.usp.br/abelhudo/encontro.php
Nenhum comentário:
Postar um comentário