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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Atividade antibacteriana mel de Nannotrigona testaceicornis

Achei este estudo muito interessante gostaria de compartilhar com todos.

ABELHA IRAI


Diversas propriedades medicinais como antibacteriana, antifúngica, cicatrizante e antioxidante
são popularmente relatadas ao mel. Poucos estudos têm sido realizados sobre atividade antimicrobiana (AA) do mel de abelhas sociais da subfamília Meliponinae.
O objetivo deste estudo foi investigar a AA do mel de Nannotrigona testaceicornis, uma espécie de abelha indígena sem ferrão.
Para a avaliação da AA do mel foi empregado o método da difusão em ágar, utilizando-se discos de 6 mm de diâmetro em presença de 10 diferentes microrganismos, obtidos de focos de infecções clínicas. Os testes indicaram resistência em: Enterobacter aerogenes, Enterobacter cloacae, Proteus mirabilis, Staphylococcus aureus, Streptococcus a -hemolítico; e indicaram sensibilidade em: Escherichiacoli, Proteus spp., Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus pyogenes, bem como Staphylococcus spp. coagulase. Vinte e três antibióticos comerciais distintos foram também avaliados no presente estudo. Os resultados obtidos até o momento apontam para um excelente potencial terapêutico deste produto apícola.


O objetivo do presente estudo foi detectar a atividade antimicrobiana in vitro,do mel da abelha-indígena-sem-ferrão Nannotrigona testaceicornis,frente a bactérias patogênicas,isoladas de diferentes focos infecciosos humanos.Visando obter-se parâmetros mais precisos desta atividade,foram concomitantemente efetuados ensaios de antibiosecom vinte e três diferentes antibióticos comerciais.

Mel

As amostras de mel utilizadas neste trabalho foram obtidas em março de 2005,de colméias mantidas na região de Rio Claro, SP, Brasil. O mel foi envasado em frasco âmbar, estéril e armazenado no escuro à temperatura de 5,4° C.
Discos de papel de filtro Framex 389, faixa preta,estéreis com 6 mm de diâmetro foram acrescidos de 100 mg de mel e posteriormente mantidos em estufa a 35° C por 24h para secagem, acondicionados em recipientes estéreis e armazenados em geladeira a 5,4°C, baseado na técnica de BAUER et al. (1966).

Antibióticos

Foram utilizados discos de papel de 6 mm de diâmetro contendo os seguintes antibióticos, nas respectivas concentrações: ampicilina 10 mg (AMP),cefoxitina 30 mg (CFO), cefalotina 30 mg (CFL), cefotaxima 30 mg (CTX), tetraciclina 30 mg (TET), nitrofurantoina 300 mg (NIT) , cloranfenicol 30 mg (CLO), sulfazotrim 25 mg (SFT), ciprofloxacina 5 mg (CIP), eritromicina 15 mg (ERI), penicilina G 10 mg (PEN), imipinem 10 mg (IPM), gentamicina 10 mg (GEN), cefepime 30 mg (CPM), ceftriaxona 30 mg (CRO), amicacina 30 mg (AMI), aztreonam 30 mg (ATM),ceftazidima 30 mg (CAZ), oxacilina 1 mg (OXA),rifampicina 5 mg (RIF), vancomicina 30 mg (VAN), levofloxacina 5 mg (LVX), clindamicina 2 mg (CLI),sendo testados contra os seguintes microrganismos: Enterobacter aerogenes (AMP, CFO, CFL, IPM, GEN,CPM,CRO); Enterobacter cloacae (AMP, CFL, CFO, AMI,CLO, GEN, IPM, CPM,CRO); Escherichia coli (AMP,CFL, ATM, IPM,CLO,CIP); Proteus mirabilis (AMP,CTX, TET, AMI, GEN, CAZ, IPM, ATM, CRO); Proteus spp. ( AMP, NIT, AMI, GEN, IPM, ATM); Pseudomonasaeruginosa ( CLO, SFT, AMP, CIP, CFL, AMI, GEN,CAZ, IPM); Staphylococcus aureus (ERI, SFT, CLO, OXA,RIF, TET, VAN); Staphylococcus spp. coagulase-negativa(PEN, SFT, CIP, LVX, VAN, RIF, CLI); Streptococcus hemolítico (SFT,ERI, AMP, CLO, PEN,VAN);Streptococcus pyogenes (SFT, ERI, VAN, LVX,CRO,CLO).


CONCLUSÃO

O fato de se constatar in vitro, AA do mel da abelha N. testaceicornis, frente a diferentes microrganismos isolados de focos infecciosos, demonstra o excelente potencial terapêutico deste produto natural e vem fortalecer o papel da medicina popular como depositária de conhecimentos milenares que devem ser analisados cientificamente.


A.L. Gonçalves, A. Alves Filho, H. Menezes
Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Departamento de Bioquímica e Microbiologia

Para maiores detalhes acesse o link http://www.biologico.sp.gov.br/docs/arq/v72_4/goncalves.PDF


Christiano Figueira

Rio de Janeiro






Um comentário:

  1. Olá Cristiano,parabéns pela postagem;eu soube que você é o mais novo colaborador da AME-Rio,e já começou com o pé direito...
    Essa matéria sobre ativadade antibacteriana,em mel de ASF,só vem confirmar o que diz a sabedoria popular(do homem do interior,do índio,dos escravos),o mel da maioria das ASF,é medicinal e precisaria de mais estudos para comprovar essa afirmação,e popularizar o seu consumo e consequentemente, impulsionar a criação de abelhas nativas..

    Um abraço.
    Paulo Romero.
    Meliponário Braz.
    João Pessoa,PB.

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